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Pista na sala de casa embala sonho de Luiza

Skatista de Rio Grande da Serra tem 8 anos e conta com apoio incondicional dos pais na carreira

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
06/05/2019 | 08:40
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Celso Luiz


O que você faria na sala da sua casa para atender a um pedido do seu filho? Os professores Debora Pereira Oliveira da Gama Santos, 35 anos, e Alex da Gama Santos, 36, ajeitaram os sofás e abriram espaço para a construção de uma minirrampa para a filha skatista Luiza Gama, 8, em Rio Grande da Serra. Dona de estilo próprio, a pequena se faz notável por onde vai, seja pelo shape colorido, roupas personalizadas, moicano no capacete ou, principalmente, por andar como gente grande. A ponto de o treinador cravar: Lulu vai aos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

“Aposto minhas fichas que em 2024 ela vai estar na Olimpíada. Tem tudo para se dar bem, para elevar o nível do skate brasileiro. Sem demagogia, é uma verdadeira promessa, aposto minhas fichas que vai ter futuro. Os pais são novos, apoiam ela, é muito legal isso”, exalta o professor Vanderley Arame Faria de Oliveira Júnior, 31, campeão brasileiro de skate em 2009, e que duas vezes por semana dá aula para Luiza com o irmão, Beretta. “Ela é pequena, mas destemida. E quando chega, a criançada para: skate colorido, as roupas, capacete com moicano. Dá um baque, uma impressionada”, complementa Arame, que foi inspiração para Lulu – era ele quem utilizava moicano (feito com vassoura) preso ao equipamento de proteção nos tempos de atleta.

Não à toa, com apenas pouco mais de um mês de treinos a jovem foi campeã brasileira street infantil, em 2018. Hoje, já soma outros títulos, troféus, medalhas e itens pendurados nas paredes da sala, que se tornou um templo de devoção ao skate. “Ele (Alex) queria fazer a minirrampa na garagem, mas dei a ideia de construir na sala. É um jeito de ela treinar à noite, conseguir conciliar com o tempo que a gente está em casa”, conta Debora. “Eles começaram a ver vídeos na internet e em três dias já estava tudo montado para a inauguração”, continua a mãe, que. inicialmente, matriculou Luiza no balé. Mas o skate foi “de repente, um amor à primeira vista”. “Nem esperava que ela ia gostar”, admite Debora.

Se conceder uma entrevista geralmente deixa as crianças com vergonha, o mesmo não se pode dizer de Lulu. Bastante à vontade em sua sala dos sonhos, falou que ainda “não tem planos” no skate e que compete sem pressão. “Não ligo. Vou, começo a andar e vejo no fim o que dá”, diz ela. “Ela não se preocupa com colocação. E quando não tem campeonato feminino, vai no masculino mesmo. Ela quer é andar de skate, brincar, colocar uma roupa diferente”, complementa Alex.

Nos tempos fora do shape, Luiza se dedica ao slime e a vídeos no YouTube – muitos, ligados ao skate. A manobra favorita é o varial, por ser “fácil e valer mais pontos”. Já a inspiração é a brasileira Letícia Bufoni, a quem espera conhecer. 




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