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Ciclista prateado de 60 toneladas
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
30/07/2006 | 03:46
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O desempregado Eduardo Cesar Sansim, 41 anos, o ciclista prateado, busca patrocínio para voltar à vida de colaborador das causas sociais. A bordo de sua ciclonave prateada – a bicicleta lembra uma mini-aeronave revestida de turbinas que lançam jatos coloridos de fogos de artifício –, ele espera retomar a participação em eventos ciclísticos ou esportivos para alavancar campanhas voltadas à arrecadação de alimentos.

Pratheon, nome dado ao personagem criado por ele, garante que sem a ajuda financeira para a compra dos fogos não tem como fazer os shows pirotécnicos e, assim, incentivar a participação nas campanhas. “Em minhas apresentações o ingresso é um quilo de alimento. Esse é o desejo do personagem, ajudar os necessitados.” O gasto médio para a compra dos equipamentos pirotécnicos gira em torno de R$ 150.

A última apresentação do ciclista prateado foi no Carnaval de Santos deste ano. Já o último trabalho beneficente – arrecadação de leite em pó para crianças desnutridas – ocorreu em 2005, em Peruíbe. “Minha estréia em campanhas sociais aconteceu em 1994, organizada pelo Betinho (sociólogo Herbert de Souza). Até hoje, já ajudei a arrecadar cerca de 60 toneladas de alimentos nas cidades onde me apresentei.”

A idéia de criar a superbicicleta surgiu em 1992, quando trabalhava como bicicleteiro em São José do Rio Preto. Na época, a bicicleta tinha somente duas turbinas, feitas de tubos de PVC, presas em cabos de vassoura.

Foram necessários três anos para que a ciclonave ganhasse a forma atual, com 16 turbinas feitas de alumínio presas a asas que lembram as de um jato supersônico. Os disparos foram incrementados com o auxílio da tecnologia e hoje são feitos de um painel eletrônico. “Idealizei tudo. Só a instalação eletrônica foi feita por um amigo, que é engenheiro. Gastei cerca de R$ 3 mil para deixar a ciclonave do jeito que queria.”

Nascido em Santo André, Sansim hoje mora em São Bernardo e nunca se apresentou no Grande ABC. A cor prata dada ao personagem vem da admiração pelo metal. Antes de tornar-se bicicleteiro, trabalhou alguns anos em uma fundição como purificador de metais preciosos – separava os metais do ouro.

Nas apresentações, Sansim usa macacão, máscara e capacete prateados. O preciosismo é tanto que instalou no capacete o símbolo e número atômico da prata – AG 47.

O ciclista prateado sonha com o momento de sair às ruas da região em mais uma cruzada social. “Seja contra a fome ou pela paz. Sempre que o Pratheon for requisitado estará presente”, diz, como que num bordão dos super-heróis.

Outra meta do ciclista prateado é colocar a ciclonave no Guiness Book – Livro dos Recordes –, como a primeira bicicleta do mundo a fazer shows pirotécnicos. “Já pesquisei e nunca encontrei nada semelhante”, garante.



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