Técnico da Seleção visita região e pretende levar melhor do Brasil para Londres
Era só mais um jogo válido pela primeira fase do Paulista Masculino de Basquete, entre São Bernardo e São Caetano, quarta-feira, no remodelado Ginásio da Metodista. Nas arquibancadas, porém, um espectador chamava atenção. O argentino Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira, não só prestigiou o evento, que marcou a reabertura da quadra, como acompanhou os 40 minutos de jogo, entre dois times praticamente juvenis.
O interesse do treinador, obviamente, não era em levar jogadores para a Olimpíada de Londres, mas sim acompanhar o surgimento de talentos. "Me importo com o basquete em todos os níveis. Como técnico da Seleção Brasileira é minha obrigação e preciso acompanhar o desenvolvimento da modalidade", ressaltou. "Me agrada ver times como São Bernardo e São Caetano apostando na base. Quanto mais pólos de basquete existirem, mais opções eu terei para selecionar", completou.
Até pela dedicação incomum entre os profissionais da área, Magnano é um dos treinadores mais respeitados do mundo. Como técnico da Argentina, ele levou a seleção nacional ao vice mundial em 2002, em Indianápolis, conseguindo derrotar pela primeira vez o Dream Team norte-americano. Nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ficou com a medalha de ouro.
Contratado pela Confederação Brasileira em janeiro de 2010, Magnano conseguiu reconduzir a Seleção à Olimpíada após 16 anos de ausência, com o vice do Pré-Olímpico, conquistado em setembro, em Mar del Plata, na Argentina.
Agora, a meta do treinador não é só conseguir bom resultado em Londres, como também convencer os principais jogadores brasileiros a vestirem a camisa da Seleção. "Vou convocar os atletas que acredito serem os melhores que o Brasil tem à disposição. Se algum deles vai pedir dispensa eu não posso fazer absolutamente nada. Não adianta o jogador ter grande talento se ele não estiver disposto a trazer isso para a Seleção Brasileira", explicou Magnano.
O treinador não cita nomes, mas claramente se refere ao pivô Nenê, do Washington Wizards, e ao armador Leandrinho, do Indiana Pacers, ambos da NBA. Estranhamente, os jogadores pediram dispensa na véspera do Pré-Olímpico, o que irritou o comandante. "Além da qualidade técnica é preciso avaliar as atitudes dos jogadores dentro e fora de quadra. Não é só com craques que se forma uma grande seleção", destacou Magnano.
Quem tem convocação garantida é Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, que se apresentou para a disputa do Pré-Olímpico, mas foi vetado pelo departamento médico da Confederação Brasileira por causa de lesão no tornozelo direito. A equipe norte-americana, porém, tenta de todas as formas dificultar a liberação do atleta, que agora se recupera de fratura no punho, mas terá condições de jogo em julho.
O pivô Tiago Splitter, do San Antonio Spurs, também deve estar na lista de Magnano. Ele vem brilhando na temporada da NBA com média de 9,1 pontos por jogo, além de pegar 5,1 rebotes.
As indecisões sobre quem estará no grupo faz Magnano derrapar na previsão para a Olimpíada. "Com o time completo o Brasil é forte, mas não tenho como saber quem estará conosco. A única certeza é que iremos a Londres dispostos a fazer história", garantiu.
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