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Polícia prende morador de rua que matou colega queimado em rodoviária andreense

José Severino Vieira, 59 anos, confessou o crime e foi preso por homicídio doloso qualificado

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
01/04/2019 | 09:13
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André Henriques/DGABC


Policiais civis do 2º DP (Parque das Nações) de Santo André prenderam, na manhã desta segunda-feira (1º), o morador de rua José Severino Vieira, 59 anos, responsável pela morte do colega que atendia pelo nome de Diego. Segundo o próprio criminoso, ele ateou fogo no homem após discussão. O caso aconteceu no terminal rodoviário Prefeito Saladino, também no município andreense, por volta da 1h desta madrugada.

Segundo o delegado titular da unidade, José Itamar Martins da Silva, o responsável – natural de Pernambuco – confessou o crime assim que foi encontrado pelos investigadores. A equipe chegou até ele após acessar imagens das câmeras de segurança do terminal e pedir informações aos demais moradores de rua sobre o local que estaria abrigado.

Vieira foi preso por homicídio doloso qualificado. O inquérito será registrado como flagrante já que a investigação correu na sequência do crime. “Vieira não tem passagem pela polícia e diz que não se arrepende de ter matado Diego, já que estava cansado de sofrer ameaças”, ressaltou o delegado.

Segundo a Polícia, os depoimentos dos colegas de rua dão conta de que a vítima era uma pessoa violenta, usuário de drogas e que costumava agredir companheiros. Informações preliminares levantadas pela equipe de investigação do 2º DP apontam ainda que há 15 dias Diego chegou a cortar fora a mão do namorado, um travesti que fugiu após a briga.

“O Diego roubava facas em supermercado próximo ao terminal para machucar e ameaçar os colegas. Costumava agir com violência para que fizessem o que ele queria”, afirmou o delegado.

Vieira acredita que somente agora Diego “pagará pelo que fez aos outros”. “Ele dava tapa na nossa cara, machucava, roubava o pouco de dinheiro que a gente conseguia com esmola e também nossas marmitas. Fora isso, nos obrigava a arrumar droga e bebida à ele ameaçando, com as facas que roubava no supermercado, matar quem não fizesse o que queria. Alguém tinha que parar o Diego”, afirmou o responsável pelo crime.

Segundo Vieira, há uma semana foi agredido pela vítima com uma facada no braço esquerdo, a qual está cicatrizando. “Na noite de ontem, ele (Diego) colocou uma faca na minha cara e pediu dinheiro, falei que não tinha e ele avisou que se eu não conseguisse iria me matar. Não uso drogas, nunca usei, só tomo minha bebida. Não ia arrumar dinheiro para isso e dar a ele por medo.”

Por volta da 00h40 Vieira foi ao posto de gasolina, localizado na Avenida do Estado, e comprou R$ 12 em álcool, além de improvisar um porrete com pedaço de madeira que continha prego, encontrado por ele em lixo. De acordo com imagens de câmeras de segurança do posto, há 00h49 o responsável pelo crime saía do local em direção ao terminal. “Dei umas porretadas no Diego e joguei fogo. Não tenho do que me arrepender, ele era muito ruim e me machucou demais”, justificou.

Vieira morava há dois anos no local e, segundo comerciantes, sempre foi calmo, simpático e bem recebido pela população que passava pelo terminal diariamente. “Não era um morador de rua estressado, mas sabemos que eles vivem juntos e brigam muito. Esse senhor que assumiu o crime costumava ser o mais tranquilo do grupo de quatro que dormia por aqui”, disse comerciante que preferiu não se identificar.

Por volta das 2h40, os bombeiros foram chamados para apagar incêndio na rodoviária, que fica nas proximidades do viaduto Presidente Castello Branco. Três viaturas foram enviadas ao local. Quando as chamas foram controladas, o corpo do homem foi encontrado. A arma utilizada para o crime foi apreendida pelos policiais.

A PM (Polícia Militar) também foi acionada. A GCM (Guarda Civil Municipal) deu prosseguimento à ocorrência.

O corpo da vítima foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) que, segundo o delegado, só conseguirá a identificação correta da vítima após exame de DNA.

Procurada, a Prefeitura de Santo André reforçou que a investigação sobre o caso está a cargo da Polícia Civil e esclareceu que o terminal funciona normalmente.




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