Diarinho Titulo Dia da Mentira
Escolha para se contar com a verdade

Lidar com falsas informações e inventar mentiras são caminho negativo a ser trilhado

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
31/03/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Falar a verdade sobre tudo acaba sendo símbolo de demonstrar coragem diante dos acontecimentos. É importante se manter longe de mentiras para ficar sempre perto do que é correto. O fato é que muitas pessoas mentem porque não confiam nas outras, desejam tirar algum tipo de vantagem ao relatar algo ou para tentar ‘encurtar’ caminhos dentro de certos casos. Às vezes isso também é feito para chamar a atenção de alguém, mas não é dessa forma que se faz amigos e se fica em evidência. Entre histórias inventadas, esse tipo de prática acaba por terminar em consequências geralmente negativas.

Estudante do Instituto de Ensino Barão de Mauá, em São Bernardo, Sophia Futamata Ferreira, 10 anos, acredita que quem fala mentiras sempre aumenta a história, nunca tendo fim. “É um caminho sem saída, porque quem ouve aquilo sempre quer mais detalhes e a ‘coisa’ vai ficando cada vez mais embaraçosa.” Para ela, por melhor que a pessoa seja em contar inverdades, um dia é desmascarada. “Pode demorar, mas não existe nada que dure para sempre.”

Há quem acredite que uma ‘pequena’ mentira não faz mal a ninguém. Felipe de Mattos, 10, admite que já mentiu ao dizer que comeu toda a comida, quando, na verdade, havia jogado fora. “Parei de fazer isso (mentir). Apesar de não prejudicar ninguém, além de eu mesmo, não é legal com minha família”, comenta. “Quando as pessoas descobrem que você mentiu, ficam ainda mais chateadas do que se tivesse dito a verdade. A mentira tem pernas curtas.” Ele ainda alerta que “a gente pode começar a acostumar a ser mentiroso.”

As consequências da ação podem parecer engraçadas para quem a realiza, sendo muito ruim para o alvo da ‘brincadeira’. “Minha amiga me disse que havia uma turma nos chamando, quando eu fui não havia ninguém. Fiquei muito triste porque me vi sozinha e achei a brincadeira de mau gosto. Fiquei me perguntado: ‘Por que fizeram aquilo?’, lembra a estudante Ana Clara Cunha Reis, 10. Sobre o tema, ela lembra o personagem Pinóquio, que acaba simbolizando o universo da falta de verdade. “Mesmo que a verdade nos faça levar bronca, é melhor apenas uma do que duas. ”

Em geral, quem conta mentiras fica ansioso, não olha nos olhos da outra pessoa, gesticula bastante com as mãos durante o conto e quer sair rapidamente da situação, para evitar dar muitas explicações. Não há mentira que dure para sempre e nariz que cresça tanto.

Pinóquio tornou-se símbolo de atos e consequências

A ideia de apostar em mentiras e lidar com suas consequências é a base para que a fábula de Pinóquio seja conhecida em todo o mundo. O icônico personagem ganhou notoriedade por ensinar sobre sempre dizer verdades, sendo que, a cada farsa relatada por ele, seu nariz cresce até que ele decida contar o que realmente aconteceu.

O conto italiano As Aventuras de Pinóquio foi publicado em 1883, como a maior criação da carreira do escritor Carlo Collodi (1826-1890) e tornando-se clássico da literatura infantojuvenil. A obra serviu de inspiração para que o norte-americano Walt Disney (1901-1966) produzisse, sua versão mais famosa com o desenho Pinóquio (1940), o segundo longa-metragem animado do estúdio. Filmes com atores reais e seriados televisivos também já exploraram o enredo em torno da figura.

Na história, quem dá forma ao boneco de madeira é o entalhador Geppetto, que vive em pequena aldeia na Itália, na Europa. O personagem deseja ser um menino de verdade, mas, para ter o sonho realizado, enfrenta aventuras embaraçosas nas quais era preciso dizer a verdade para acertar tudo.

‘Fake news’ e ciladas on-line têm espaço na internet

A ploriferação de notícias na internet, principalmente em redes sociais e de troca de mensagens, abriu espaço para as fake news (notícias falsas, em português), ou seja, informações erradas e mentirosas. Ana Lúcia Hopf Fiorotto, 10 anos, fica com dúvidas sobre o que é e o que não é real. “Há muitas mentiras e muitas delas também são ‘disparadas’ rapidamente por conta de aplicativos. Por isso é preciso prestar muita atenção às coisas que são repassadas porque tudo se torna ‘grande’.” Para a estudante do Instituto de Ensino Barão de Mauá, de São Bernardo, o ruim de propagar informações mentirosas é que a confiança se ‘quebra’.

Para Kelvin Tagliaferro Mazeika, 9, a web está cheia de ciladas. “Vou dar um exemplo bobo: quando você usa a internet para jogar, por exemplo, tem muitos anúncios que levam a pessoa para páginas cheias de vírus. Isso é um tipo de mentira que prejudica quem entra ali porque estraga o computador”, conta o menino.

O Dia da Mentira, em 1º de abril, se originou no século XVI, na França, por conta de mudança no calendário cristão, fomentando brincadeira pela troca das datas do ano novo

Consultoria de Rosa Maria Dias, psicóloga educacional do Instituto de Ensino Barão de Mauá, de São Bernardo. 




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