Grupo de trabalho do governo estadual vai avaliar modal do projeto; população reivindica Metrô
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ontem, durante evento em São Bernardo (leia mais abaixo), que em até 90 dias (junho) será anunciada a decisão sobre o modal de operação da Linha 18-Bronze. Doria esteve com o prefeito Orlando Morando (PSDB) para entrega de 25 ônibus articulados, que serão utilizados no Corredor Metropolitano ABD (Linha 356/Diadema-Brooklin).
No evento, o governador explicou que grupo de trabalho, que inclui as secretarias de Transportes Metropolitanos e de Governo, entre outras áreas, discute a definição da opção mais econômica e com melhor custo-benefício para a população. “Não vamos criticar decisões do passado, mas devemos analisar o que é mais viável. Aquele (modal) que pode ser implantado no menor tempo possível, oferecendo funcionalidade, eficiência, velocidade, capacidade de transporte, segurança e conforto. A decisão que for estabelecida por esse grupo de trabalho, levando em conta esses aspectos, será adotada”, completou.
Em março, o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, declarou em entrevista ao Diário que o modelo de monotrilho, definido em contrato, poderia ser alterado. No mesmo prazo, de até 90 dias, será anunciada a solução para a desapropriação das áreas. O alto custo das indenizações foi um dos fatores que impediram que as obras da Linha 18-Bronze tivessem início. O decreto para viabilizar a remoção das residências no traçado do expirou em novembro de 2018, após cinco anos, e o governo precisa aguardar 12 meses para retomar o processo. “Existem todos os problemas e desafios que não foram solucionados pelo governo anterior e hoje não temos condição legal de começar a obra”, destacou.
Segundo o secretário, não há previsão orçamentária para a obra em 2019 na peça deixada pela gestão anterior, do ex-governador Márcio França (PSB). “Esses desafios estão colocados para que possamos entender os problemas e as alternativas que existem, para que tenhamos um transporte mais qualificado para a região e sua conexão com São Paulo”, completou Baldy.
Presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) comemorou o anúncio feito por Doria. “Já colocamos a equipe técnica do Consórcio à disposição do governo, para que esse projeto possa sair do papel, como desejam todos os prefeitos e a população”, afirmou. A expectativa é a de que, na próxima semana, integrantes do GT (Grupo de Trabalho) Mobilidade se reúnam com técnicos do Estado para troca de informações.
O Consórcio Vem ABC, que ganhou a licitação para a construção da Linha 18-Bronze e vem executando ações desde 2014, informou que não foi oficialmente notificada pelo governo do Estado sobre possíveis mudanças no modal. A concessionária destacou que o contrato prevê a operação em monotrilho e que qualquer mudança no “objeto da concessão implicaria em nova negociação dos termos contratuais.” O consórcio já investiu R$ 5 milhões em estudos, cadastros e contratação de fornecedores.
Projetado para ter 13 estações, saindo da parada Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André, a Linha 18-Bronze terá integração direta com as linhas 2-Verde do Metrô e 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Governo entregou 25 ônibus para usuários da linha Diadema-Brooklin
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), entregou, na manhã de ontem, 25 ônibus articulados, que vão operar no Corredor ABD, na extensão Diadema-Brooklin. Os veículos vão substituir 22 coletivos antigos e com menor capacidade, passando de 28 para 31 a frota total da linha 376 (Diadema-Brooklin). Cada ônibus tem capacidade para transportar 154 passageiros, sendo 53 sentados e 101 em pé.
Os novos ônibus articulados Volvo são acessíveis e têm carroceria Caio Millenium BRT, chassi articulado Volvo B340M 6X2 de 20,55 metros, com motor eletrônico Volvo DH12E de 340 cavalos de potência.
“São ônibus novos, articulados, todos com ar-condicionado, com bancos anatômicos, tomadas USB, wi-fi gratuito e acessibilidade plena. Esse é o padrão do transporte que desejamos para a Região Metropolitana de São Paulo”, destacou Doria. “Orientei o secretário (Alexandre) Baldy (de Transportes Metropolitanos) para encurtar o prazo com as concessionárias para que até 31 de dezembro de 2024 tenhamos a totalidade da frota de ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) nesse padrão. É obrigação do Estado, com cooperação das concessionárias, oferecer conforto e funcionalidade no transporte público, seja em ônibus, seja em trens”, concluiu o governador.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou que nos próximos dias serão definidos os investimentos para o setor que deverão ser empenhados até o fim do atual mandato. “Seja na renovação das frotas, em novas licitações, faremos tudo para colocar todos (os modais) até 31 de dezembro de 2024 no padrão da EMTU”, finalizou.
Passageiros reivindicam Metrô para atender o Grande ABC
A decisão do governo do Estado de São Paulo de rever o modal para a Linha 18-Bronze – inicialmente contratada para ser monotrilho, mas atualmente em estudo para adequar os custos do projeto – desagradou a população, que há cinco anos espera pela chegada do Metrô ao Grande ABC.
Na argumentação do governo, os entraves atuais para tirar as obras do papel – cuja previsão de início era 2014 e conclusão em 2018, mas que até agora não começou – serão superados após estudos sobre novo modelo de operação, que compatibilize as questões financeira e orçamentária com o atendimento à população.
A agente escolar Adriana Diniz, 45 anos, que mora em Suzano e trabalha em Santo André, acredita que o Metrô seja mais rápido do que outros modais, como BRT (Bus Rapid Transit, ou Transporte Rápido por Ônibus). “E quando temos muitas chuvas, o Metrô é o último a parar”, considerou.
A operadora de telemarketing Patricia de Souza, 42, também espera pelo Metrô para reduzir o tempo de deslocamento entre sua casa, em Santo André, e o trabalho, na Vila Prudente, em São Paulo. “Metrô ajuda a desafogar o trânsito”, considerou.
Atuando em portaria virtual na região do Jabaquara e morando em Santo André, Cintia Lui, 37, também prefere o Metrô. “Para mim seria ótimo. Inclusive já até cogitei mudar para Diadema para ficar mais perto do trabalho”, declarou.
A publicitária Luiza Costa, 21, mora em Santo André, estuda em São Bernardo e trabalha em São Caetano. Costuma fazer todos os trajetos de carro, mas trocaria pelo Metrô, se a linha chegasse à região. “Certamente abriria mão do carro e seria bem mais fácil a minha vida”, pontuou.
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