Política Titulo Fornece caminhões ao Paço
Mauá fura fila para firma alvo da PF

Prefeitura quebrou ordem cronológica de pagamentos para pagar Davi Caminhões

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/03/2019 | 07:01
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Nario Barbosa/DGABC


 A Prefeitura de Mauá, gerida por Atila Jacomussi (PSB), quebrou ordem cronológica de pagamentos do Paço, há duas semanas, para garantir que a empresa Davi Caminhões recebesse R$ 1,11 milhão em serviços prestados. A firma é citada pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Trato Feito, como suspeita de pagar propina ao prefeito. 

A gestão Atila furou a fila de pagamentos de fornecedores, de uma só vez, para pagar pelo menos cinco empenhos à Davi Caminhões, contratada para fornecer caminhões ao Paço para a prestação de serviços de limpeza de vias públicas. As cinco notas fiscais possuem o valor de R$ 165,7 mil; R$ 87,7 mil; R$ 11,3 mil; R$ 713,6 mil; e R$ 132 mil.

Na representação da Polícia Federal à Justiça Federal, ao deflagar a operação que culminou com a segunda prisão de Atila, em dezembro, a Davi Caminhões é mencionada como uma das empresas suspeitas de pagar mesada a Atila em troca de favorecimento em contratos na Prefeitura. O prefeito nega veementemente essa prática. “Há indícios, assim, também de pagamento de vantagens ilícitas do proprietário desta empresa (Davi) para organização criminosa”. O dono da firma, cuja sede está situada na vizinha Ribeirão Pires, é Davi Alves de Oliveira, homônimo da razão social da empresa.

Segundo a PF, o proprietário da Davi Caminhões, inclusive, estava no dia em que houve a licitação da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) suspeita de ter sido fraudulenta, em julho do ano passado, ainda sob a gestão interina de Alaíde Damo (MDB). A denúncia foi a de que as empresas que participaram do certame formaram cartel no processo. “Davi não participou do certame porém estava no pregão, o que indica vínculo com outras empresas”, diz trecho da representação da PF.

Quando retornou ao comando do Paço na primeira ocasião em que foi detido, em setembro do ano passado, Atila criticou a então prefeita interina por adotar com frequência a quebra de ordem cronológica de pagamentos que, segundo o prefeito à época, não tinham critérios. Além de repetir postura da emedebista, há outro fator em comum entre os dois governos: o mesmo secretário de Finanças, Valtermir Pereira. O titular da pasta resistiu no cargo nos dois momentos de revezamento entre Atila e Alaíde, vice-prefeita eleita.

Davi também foi arrolado pela defesa do prefeito como testemunha de Atila no processo de impeachment em tramitação na Câmara. 

OUTRO LADO

Por meio de nota, a administração mauaense negou ilegalidades na quebra de ordem cronológica. “A Prefeitura de Mauá informa, por meio da Secretaria de Finanças, que o motivo pelo qual houve quebra da ordem cronológica está na justificativa publicada, ou seja, a falta de pagamento implicaria na paralisação do serviço e comprometeria o programa Pintou Limpeza, criado pelo governo. Informamos também que a Justiça não requereu a suspensão do contrato, apenas que não fossem assinados novos contratos com a referida empresa.”




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