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CDHU atrasa entrega de crédito
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
13/03/2009 | 07:00
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Cerca de 150 famílias desalojadas do Jardim Santo André, em Santo André, em dezembro de 2008, esperam até hoje a carta de crédito para compra de um imóvel - no valor de R$ 60 mil - prometida pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). A companhia garantiu que as cartas serão entregues na próxima semana.

No ano passado, a CDHU havia oferecido R$ 400 para realizar transporte de móveis e R$ 4.500 para despesas com habitação, como locação, pagamento de água e impostos, enquanto a carta de crédito não saía.

Parte dos moradores ainda tem o dinheiro para se manter por alguns meses. Porém, há famílias que gastaram toda a verba com outras necessidades, uma vez que não teriam de prestar contas sobre o modo como utilizariam o valor.

O aposentado Francisco Ribeiro Sobrinho, 66 anos, morava há seis anos em um alojamento da CDHU no bairro. Desde o final do ano, ele paga aluguel de uma pequena casa, onde mora com a esposa e filha. "Espero ter uma moradia digna para viver."

"Prometeram que na primeira semana de janeiro a carta de crédito seria liberada", explica a comerciante Vanderleia Pereira Muniz, 26. A dona de casa Jeane Barbeito Bizzoto, 31, afirma que funcionários do escritório de apoio técnico da CDHU, que fica no bairro, disseram que as famílias teriam de esperar um novo parecer somente em abril.

DESPEJO - Aproximadamente outras 100 famílias e mais de 20 comerciantes teriam recebido a informação de que serão despejados em breve do Jardim Santo André. A maioria vive em moradias irregulares e precárias próximas ao local em que ficavam alojamentos da CDHU já demolidos.

"A gente vai ficar na rua porque não temos para onde ir", afirma a auxiliar de limpeza Maria Geneci da Silva, 36, que vive há dois anos no local junto aos três filhos.

"Quando a gente começou a construir, ninguém falou nada", indigna-se a garçonete Libian Medeiro da Silva.

A CDHU informou que "todas as famílias desalojadas receberão cartas de crédito de R$ 60 mil nos próximos dias 20 e 21 de março". O documento terá validade de seis meses a partir do recebimento e poderá ser renovado caso as pessoas não encontrem imóvel disponível para aquisição neste período. A companhia ainda explicou que não tem programada mais nenhuma remoção no local.




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