Equipamento será construído em estrutura do Pavilhão Vera Cruz; investimento de R$ 150 mi
A Prefeitura de São Bernardo anunciou, na tarde de ontem, que será construída uma unidade do Sesc (Serviço Social do Comércio) na cidade – a terceira do Grande ABC –, em terreno do Complexo Vera Cruz, no Centro. A área, de quase 20 mil metros quadrados, será concedida por meio de projeto de lei ao Sesc e, quando o empreendimento estiver 100% concluído, o espaço será doado. A propositura será enviada ao Legislativo assim que a administração receber o ofício documentando a parceria. Pelo menos desde 2013 há discussões sobre a possibilidade de a cidade contar com as instalações.
Parte da construção do novo Sesc já existe e trata-se de projeto de Lina Bo Bardi, arquiteta modernista italo-brasileira que também projetou o Masp (Museu de Arte de São Paulo). O local, que vai abrigar o teatro com mais de 800 lugares, galpão multiuso e administração está edificado e será reformado. Ainda serão construídos ginásio poliesportivo, duas piscinas, sendo uma coberta e outra descoberta, quadra descoberta, entre outros espaços. O investimento estimado, que será todo custeado pelo Sesc, é de cerca de R$ 150 milhões.
“São Bernardo deu passo importante na busca de equipamentos que garantam a qualidade de vida das pessoas”, afirmou o prefeito Orlando Morando (PSDB). A expectativa é a de que as obras tenham início no primeiro trimestre de 2020, com prazo de execução de até dois anos e meio.
Na fase de obras, devem ser gerados 300 empregos e outros 100 funcionários devem ser contratados para trabalhar na unidade, que terá três entradas: a principal pela Avenida Lucas Nogueira Garcez e duas auxiliares, uma na Rua Tasman e outra na Rua Banda. Esta será a terceira unidade do Sesc no Grande ABC, que já conta com instalações em Santo André e São Caetano. “Essa era parceria que vinha sendo discutida há quatro meses. Foram quatro reuniões, apresentamos o espaço para a equipe do Sesc, que se entusiasmou muito por se tratar de um projeto da Lina Bo Bardi, e avaliou que apenas essa parte que já está construída custaria pelo menos R$ 30 milhões”, detalhou Morando. O espaço teve as obras interrompidas no começo dos anos 2000 e, inicialmente, também abrigaria um teatro e uma área multiuso.
As atividades do Pavilhão Vera Cruz seguirão normalmente, e não haverá intervenções no prédio que abriga o pavilhão, tombado pelo patrimônio histórico do município. “Recuperamos a vocação do Vera Cruz, que é atender à indústria televisiva. Em 2018, o retorno para os cofres públicos foi de R$ 2 milhões, além da movimentação da economia, da ocupação da rede hoteleira e do fortalecimento do turismo de negócios na cidade”, destacou o prefeito.
Acervo histórico do Vera Cruz, como filmes e figurinos, aguarda destino final
O acervo cinematográfico do Vera Cruz, que conta com filmes, quadros, cartazes e figurinos, entre outros itens históricos, ainda aguarda destino final. Desde que reassumiu o controle do equipamento, em 2017, com a revogação do contrato de concessão com a empresa Telem, a Prefeitura de São Bernardo procura lugar adequado para o material, encontrado em meio ao mofo e à sujeira nos porões do pavilhão.
Os contatos com a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, para doação do material, não resultou em acordo. “A gente ainda aguarda um posicionamento. Parte do acervo foi levado para a Pinacoteca de São Bernardo”, explicou o secretário de Cultura, Adalberto Guazzelli. “Aqui estão, basicamente, os figurinos, porque tem muita coisa se deteriorando, a manipulação é mais complicada”, completou.
O gestor não descartou futura parceria com o Sesc (Serviço Social do Comércio) para gestão do acervo, agora que houve o anúncio de uma unidade na cidade. “É uma possibilidade.”
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