Política Titulo Santo André
Ailton Lima confirma pré-candidatura ao Paço

Ex-secretário defende necessidade de mais projetos em Sto.André e minimiza ruptura com governo

Por Raphael Rocha
do dgabc.com.br
23/02/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Ailton Lima (PSD) confirmou pré-candidatura à Prefeitura, dizendo ter pontos de vista de gestão divergentes do prefeito Paulo Serra (PSDB) e considerando que a cidade hoje dispõe de poucos nomes na corrida eleitoral municipal.

Vereador por dois mandatos (2009 a 2016), Ailton buscou o Executivo em 2016, quando ainda estava no Solidariedade, e recebeu 49,9 mil votos. No segundo turno, apoiou Paulo Serra contra o então prefeito Carlos Grana (PT). Foi convidado a atuar como secretário de Desenvolvimento Econômico até 2018, quando se desincompatibilizou da função para ser candidato a deputado federal. Obteve 40,6 mil votos.

Ailton admitiu que foi convidado pelo chefe do Executivo para retornar ao Paço, mas que negou a reaproximação. Há 25 dias, conversou com o advogado Leandro Petrin, figura próxima a Paulo Serra, para comunicar sua decisão definitiva em não regressar à Prefeitura. Nesta semana, viu o governo exonerar comissionados indicados por ele ainda em 2017.

“Vejo que a cidade tem poucas opções. O PT enfrenta dificuldade em se reorganizar, acho que não dá mais tempo (para viabilizar candidatura competitiva). O ex-prefeito Aidan (Ravin, Podemos, 2009-2012) sofre com desgaste eleitoral de diversas derrotas nas urnas (perdeu os últimos quatro pleitos). Estou fora desta curva descendente. Estou em curva ascendente. Em 2016, mesmo com campanha tímida, me considero um vitorioso, tendo quase a mesma votação que Grana e Aidan (67,6 mil e 56,8 mil, respectivamente). Em 2018, em uma eleição atípica, fui o melhor da cidade. Quero contribuir para a cidade”, disse o pessedista, emendando também que houve pedido do cacique nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab. “PSD quer ter nomes fortes nas cidades.”

O ex-vereador falou diversas vezes que não considera uma ruptura com o bloco de Paulo Serra. “Não vejo deste jeito. Quero debater projeto de governo para a cidade com o prefeito Paulo. Será interessante. Havia risco de a eleição em Santo André ser polarizada e, com o PT desgastado, sequer haver essa polarização de fato”, afirmou Ailton, minimizando as demissões de seus aliados. “Estava no nosso radar desde que comuniquei minha decisão”, comentou.

Ailton também negou que o fato de o governo ter pulverizado força eleitoral em diversas candidaturas na eleição de 2018 tenha sido motivador para sua pré-candidatura ao Paço. “Costumo traçar plano de voo com as forças que tenho, buscar alcançar meus objetivos sem esperar nada dos outros, sem chororô. Gostaria de estar no Congresso, claro, sei que o prefeito fez, à medida do possível, o que estava em seu alcance”, discorreu.

Ele é da velha política, declara Paulo Serra

Ontem, após detalhar o Plano Municipal de Cultura, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), comentou a pré-candidatura de Ailton Lima (PSD) ao Paço em 2020. “Sou de uma geração de novos políticos. No PSDB, há denominação dos cabeças pretas. Eu me considero e ajo como novo político. O Ailton é de uma outra geração. Geração que se preocupa mais com eleição do que debater a cidade. Não estou preocupado com eleição. Meu foco é a cidade, melhorar o fornecimento de água, a saúde, retirar as crianças de filas de creches. Vou pensar em eleição no meio do ano que vem.”

O tucano também disse lamentar o fato de Ailton não ter falado com ele sobre sua decisão. “O Petrin é meu advogado, foi nosso secretário, é meu amigo, mas não é o prefeito, com todo respeito. Ailton trabalhou um pouquinho como secretário, ficou um tempinho e foi disputar uma eleição. Não é a mesma coisa. Faltou diálogo”, declarou.

O chefe do Executivo disse que conversou com o ex-ministro Gilberto Kassab, cacique do PSD, sobre o fato. “Disse que não tem problema (em o partido abrigar a pré-candidatura de Ailton)”, relatou. “Quem nomeia secretário, quem fez esforço para viabilizar campanha (do Ailton) no PSD não foi o Petrin, foi o governo, o prefeito. Caberia diálogo olho no olho. Estou mais magoado por perda de soldado na nova política pela velha política.” 




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