Até agora 38 profissionais foram alvo do processo; docentes cobram intervenção do Poder Executivo
Mais três professores da FSA (Fundação Santo André) foram desligados pela reitoria nesta semana. Os docentes Wagner Tomazini, do curso de ciências contábeis Vanderlei Mariano licenciatura em matemática, e José Carlos de Oliveira Costa, que lecionava engenharia, foram os novos alvos da sindicância que apura os contratos de trabalho da instituição de ensino superior.
Segundo os docentes, a justificativa da FSA é a mesma que resultou na demissão de 35 profissionais, por e-mail, em dezembro, de que não apresentam documentação que comprove que tenham passado por concurso público para o ingresso no centro universitário – o que é proibido por lei –, e que, após resultado de sindicância, foram apontados como ‘funcionários irregulares’.
Por se tratar de processo de sindicância, os profissionais dizem que a reitoria afirma que não fará pagamento dos proventos previstos em lei, já que trata-se de desligamento ‘necessário’ e não demissão. Ao todo, 75 docentes foram sindicados e 38, desligados. Os demais aguardam resultado do levantamento interno e relatam situação de “tensão” diante do futuro incerto.
A revolta da comunidade acadêmica se deve, principalmente, ao fato de o atual reitor ser o principal alvo da sindicância, iniciada em janeiro, e não constar da lista de demitidos. O professor Francisco José Santos Milreu chegou, inclusive, a admitir ao Diário, em março de 2018, que não passou por seleção pública para sua contratação, em 1989. Na sequência, o docente voltou atrás de sua afirmativa e, em junho, a FSA alegou que o reitor apresentou papelada comprobatória de sua aprovação legal para atuação como docente. Entretanto, a instituição continua a recusar fornecer os documentos à imprensa.
Na tarde de ontem, cinco professores e integrantes do Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) foram à Assembleia Legislativa, na Capital, solicitar audiência pública sobre a situação da instituição. Há ainda carta sendo elaborada para o prefeito andreense, Paulo Serra (PSDB), com reivindicações dos docentes para melhorias na FSA.
O documento, que deve ser aprovado hoje, em assembleia, pede intervenção do Poder Executivo para destituir a atual reitoria, assim como para transformar a unidade educacional em faculdades independentes e não manter mais o título de centro universitário. Além disso, os docentes ressaltam a necessidade de receber os proventos, que estão atrasados desde 2015.
Procurada por meio da assessoria de imprensa, a FSA não retornou aos questionamentos do Diário até o fechamento desta edição.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.