Nomeado ontem como secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Edgard Brandão (PSDB) disse que a entidade estuda refinanciar dívida que a Prefeitura de Diadema tem com o colegiado para viabilizar o retorno do município ao grupo regional. A medida, segundo o tucano, faz parte do plano do presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), de reaglutinar cidades dissidentes.

Diretor da Unidade de Planejamento e Assuntos Estratégicos até semana passada, Brandão teve a nomeação na entidade publicada ontem no Diário Oficial. E ontem mesmo se reuniu com funcionários do Consórcio para apresentar o plano de trabalho que pretende implementar, com orientação de Paulo Serra.

O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), deixou o colegiado em 2017, alegando falta de capacidade financeira de arcar com as mensalidades para custeio da estrutura – 0,17% da receita corrente líquida. Saiu do bloco devendo quase R$ 10 milhões e processado pelo Consórcio. Além de Diadema, São Caetano e Rio Grande da Serra oficializaram desfiliação do grupo, porém, o trâmite de desligamento não foi totalmente percorrido.

“A situação mais difícil está em Diadema, que tem pendência judicial. Temos o objetivo de reduzir os custos do Consórcio e estudamos propor um Refis para Diadema. Levaremos essa proposta para a próxima assembleia de prefeitos”, disse Brandão. “Esse debate de retorno é político e tocado pelo prefeito Paulo Serra. Minha missão é organizar a estrutura para que ele possa fazer essa conversa.”

Brandão pontuou que, no diálogo com Paulo Serra para ir ao Consórcio, o tucano pediu que ele capitaneie levantamento para redução de gastos. Servidor público há quase 50 anos – tendo, inclusive, passado pelo comando da Superintendência Regional Sudeste da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) –, ele argumentou ser necessário focar as áreas de pleito de investimento. “Vejo como prioridade aporte em saneamento básico, combate às enchentes, transporte público, saúde e habitação.”

Paulo Serra declarou que a indicação de Brandão – que era seu comissionado – se deu porque o regimento do Consórcio não permite seleção pública para preencher o cargo de secretário executivo. “Vamos adotar esse modelo para a Casa do Grande ABC em Brasília. Para secretário executivo não havia dispositivo que regraria o processo.

Ficaria estranho juridicamente. Não desistimos do modelo”, disse o tucano, que argumentou que escolheu Brandão “por seu currículo invejável na área pública”.
O tucano confirmou que, na terça-feira, apresentará novo modelo de gestão e que já conversou com prefeitos dissidentes. Ele admitiu que o parcelamento da dívida de Diadema está na pauta.