Política Titulo Editorial
Hora de unir esforços
Do Diário do Grande ABC
20/01/2019 | 09:57
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Caiu como uma bomba a notícia de que a GM não descarta encerrar as operações na América do Sul, o que inclui a planta de São Caetano, caso a montadora não consiga reestruturação capaz de superar os anunciados resultados negativos do ano passado, apresentados aos acionistas pela presidente global da empresa, Mary Barra, na sede mundial da companhia. A frase da executiva que resume o quadro e expõe a ameaça é bem clara: “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”. Não falou exatamente de quanto foi o prejuízo – se é que houve – no Brasil e na Argentina, os países onde mantém fábricas no continente, mas mandou o recado.

Funcionários da unidade de São Caetano foram informados dos esforços que devem ser feitos para conter a sangria por meio de comunicados afixados na fábrica ou pelos grupos de WattsApp, com frases como “2019 vai ser um ano decisivo para nossa história” e “vivemos momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de todos.” Também nada muito claro sobre quais serão as medidas, mas que obviamente serviu para assustar os cerca de 8.500 colaboradores e familiares.

Soa estranho a empresa deixar no ar a possibilidade de fechar as portas justamente quando está prestes a iniciar a produção de novo modelo em São Caetano, no rastro de processo de ampliação e modernização que demanda investimento total de R$ 1,2 bilhão, aporte que faz parte do pacote de R$ 13 bilhões injetados no País entre 2014 e 2020. Preocupado, o prefeito José Auricchio Júnior preferiu não esperar reunião marcada para terça-feira com executivos da montadora, em São José dos Campos, para começar a tratar do tema.

E não poderia mesmo esperar, por mais que alguém possa achar que a notícia se trate de um blefe da montadora para obter benefícios. Afinal, a GM responde por cerca de 24% da arrecadação de ICMS municipal e ajuda a girar a economia da cidade e da região com os 8.500 empregos diretos e outros milhares indiretos. Pela importância da montadora no desenvolvimento da economia do Grande ABC e do País, é realmente preciso e urgente que haja grande esforço coletivo do poder público, setor produtivo, fornecedores, sindicalistas e revendedores para que o que hoje é apenas uma ameaça não se torne realidade.  




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