Mistanásia. Poucos conhecem de imediato o significado desta palavra...
Artigo
Mistanásia. Poucos conhecem de imediato o significado desta palavra que traduz, em quatro sílabas, a dor e o sofrimento impostos à sociedade pela desassistência. São homens, mulheres e crianças que nem têm a chance de se tornarem pacientes. Morrem antes, pois não conseguem ingressar efetivamente no sistema de atendimento. Ou pior, mesmo acolhidos num hospital ou pronto-socorro não recebem o diagnóstico e o tratamento que esperam.
Num País como o Brasil, pretensamente recém-ingressado no clube das economias mais poderosas do planeta, soa estranho falar sobre mistanásia, que alguns especialistas em bioética chamam de eutanásia social. No entanto, neste mês, quando se comemora o Dia do Médico (18 de outubro), consideramos pertinente fazer esse alerta à sociedade sobre esta situação que, infelizmente, nos ronda. Entendo que o governo - em diferentes esferas - até tem procurado fazer algo para evitar situações desse tipo. Contudo, é inegável que falta mais, especialmente por conta de pecados cometidos pelos gestores do SUS (Sistema Único de Saúde).
É preciso encarar o problema. Os gestores devem entender que a condução de um sistema baseado nas diretrizes da universalidade, integralidade e equidade no acesso necessita de visão estruturante. Ou seja, as decisões não podem buscar respostas imediatas e muito menos midiáticas. O brasileiro precisa - e espera - por soluções permanentes, de longo prazo. Não queremos atalhos e improvisos, mas caminho bem sinalizado, que nos afaste da sedução do mais fácil.
Apesar de alegarem preocupação com ‘a falta de médicos', o País não ouviu ainda os gestores anunciarem mais recursos para a Saúde nem mudanças no modelo de gestão. Eles muito menos apresentaram medidas que qualifiquem a estrutura de atendimento nos municípios mais pobres e distantes e estimulem a fixação de médicos e outros profissionais da Saúde nessas localidades.
É como se vivêssemos no Reino das Águas Claras, onde a presença de um estetoscópio basta para recuperar a saúde do paciente. Enfim, a responsabilidade é bem maior e os médicos não arcarão com o ônus dessa fatura que, no nosso entender, nada mais é que a expressão da mistanasia social no Brasil. Em defesa da vida, os médicos não permitirão a manutenção desse pacto nem a impunidade de seus signatários.
Roberto Luiz d'Avila e presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).
PALAVRA DO LEITOR
SPPREV
Geraldo Alckmin, sou seu eleitor e, por isso, credencio-me como crítico às coisas que tem errado. Refiro-me ao SPPREV, que deve estar na era jurássica, tamanha incompetência e inércia desse serviço. Entrei com pedido de contagem de tempo de serviço como professor do Estado em 10 de novembro de 2010 e até hoje não tenho resposta nenhuma. Estou com meu processo de aposentadoria travado por conta desse documento que, apesar de minhas insistentes cobranças, ninguém tem previsão de tempo para resolver o problema. Numa era de globalização e internet, não é admissível que isso ainda ocorra no Estado mais desenvolvido do País. Governador, paciência tem limite! Por favor, desate o nó que existe nesse departamento do seu governo.
Antônio Macedo, Santo André
Só três dias
Fiquei estarrecido ao saber que a classe política de Brasília irá trabalhar apenas três dias por semana! É uma pouca vergonha! E pensar que foram eleitos para trabalhar para o bem-estar do povo brasileiro. Tenho 65 anos, trabalho desde os 15 e até hoje muitas vezes sou obrigado a trabalhar, inclusive aos fins de semana, para complementar minha ‘polpuda' aposentadoria. O que esses deputados fazem pelo nosso bem se a Saúde é uma calamidade, a Segurança está o caos e a Educação nem se fale? Com tanta coisa para fazer e só querem ‘trabalhar' três dias por semana. Brincadeira! Peço aos órgãos de comunicações que levantem uma bandeira e chamem a população para acabar com esta palhaçada.
Mario Rodrigues de Souza, Santo André
Mudança?
Interessante observar que todos os candidatos da oposição insistem em falar de mudanças. Mas que mudanças pretendem fazer? É cediço dizer que a administração pública é sempre vinculada à lei, portanto, qualquer mudança tem de fatalmente modificar a legislação vigente, o que não é fácil. Além do mais, sempre faltam recursos para todos os seus setores. A única mudança que vai ocorrer, no caso de a oposição vencer a eleição, será a troca dos assessores que ocupam atualmente os chamados cargos de confiança por outros, cuja qualificação mais importante, com raras exceções, é serem amigos do candidato vencedor, mas que desconhecem por completo como funciona a administração pública. É aí que o bicho pega! Espero estar completamente errado na minha previsão se a oposição vencer a eleição.
Genésio Gazda, Santo André
Segunda etapa
Dia 28 temos grande momento cívico, direito e dever conquistados, dia do segundo turno das eleições municipais. Exerça-os com qualidade, com consciência.
Filipe dos Anjos, Diadema
Pode ou não?
Tenho visto nesta campanha, principalmente em Mauá, nos caminhões de propaganda política, pessoas dançando e balançando bandeiras na carroceria. Isso é proibido ou não? A lei abre brecha para este período específico? Será que nenhum agente de trânsito vê isso? Ou como é tudo da mesma ‘panelinha' se faz vista grossa? Isso é ou não infração de trânsito? Se for, como posso acreditar em candidatos que antes de serem eleitos já estão cometendo irregularidades? Minha revolta é que, como cidadão, estou prestes a perder a CNH por acúmulo de pontos, em que nem sempre sou realmente culpado. Na maioria das vezes sou pego de surpresa com placas de sinalização de velocidade que chegam a ter até quatro variações numa mesma via, ou por radares escondidos, tentando pegar algum distraído que ultrapasse um pouco a velocidade permitida! Sem falar dos marronzinhos, que ficam na espreita, esperando oportunidade de punir desavisados.
João Sanjiorato, Mauá
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