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A possibilidade de mais crise em Mauá
Raphael Rocha
08/01/2019 | 07:00
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Mauá vive crise política desde que a Operação Trato Feito foi deflagrada pela PF (Polícia Federal) em 13 de dezembro. A ação da PF foi um desdobramento da Prato Feito, que havia atingido em cheio o prefeito afastado da cidade, Atila Jacomussi (PSB), em maio. Agentes integrantes da Trato Feito foram para residência de vereadores, voltaram a prender Atila e o ex-secretário de Governo João Gaspar (PCdoB) e fizeram devassa nos contratos da Prefeitura e da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). Essa última etapa, aliás, é a aposta para nova operação da PF. Gente dentro da polícia e junto à classe política do município acredita que a terceira fase da Prato Feito miraria empresas com acordos públicos. Se isso acontecer, porém, os políticos – não só de Mauá e não apenas do presente – podem ser alvo, uma vez que essas companhias foram, quando havia permissão legal, grandes financiadoras de campanhas.

BASTIDORES

Eleição
O Consórcio Intermunicipal confirmou para hoje, a partir das 9h, assembleia com os prefeitos com objetivo de definir o presidente da instituição. A indefinição se arrasta desde o começo de dezembro. A prova do impasse é que, no convite à imprensa, o colegiado evitou dizer que a eleição está na pauta. Outras três datas haviam sido destacadas para o pleito interno, porém, foram postergadas – a primeira pela ausência do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), a segunda pela prisão do chefe do Executivo de Mauá, Atila Jacomussi (PSB, afastado) e a terceira pela falta da prefeita em exercício de Mauá, Alaíde Damo (MDB), em encontro que estava marcado para o dia 3. A eleição deve ficar entre Paulo Serra e o prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB). O socialista é favorito.

Visita – 1
O frei Luiz Favaron, dos Franciscanos Conventuais e com atuação em Santo André, visitou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, no Paraná, onde está preso desde abril. “Conversamos um pouco de tudo. De religião, de política, de seu governo, da família. Senti que ele tem muita necessidade de falar. Entreguei presente que o pessoal mandou. Entreguei um livro chamado Jesus, Aproximação Histórica (de José Antonio Pagola). É nosso mestre e continua sendo exemplo e força nesta luta. Fizemos oração, ele fez a comunhão, rezamos Ave-Maria. Foi um momento muito intenso”, disse o frei após a visita.

Visita – 2
Frei Luiz Favaron, que em Santo André esteve à frente da Paróquia Santa Gemma Galgani, no Jardim Ana Maria, relatou mais trechos da conversa com Lula. “Perguntei a ele se estava triste. ‘De vez em quando sim, como qualquer momento’, ele me disse. Mas ele colocou na cabeça que precisa reagir e que a luta continua. Enquanto eles (citando militantes que fazem vigília em frente à sede da PF no Paraná) não desistem, eu também não vou desistir”, comentou. “Ele tem muita saudade dos netos. Lula é preso político. Não acredito em nada do que falam que o Lula roubou. Lula é inocente”, emendou o frei, que conheceu o petista nos anos 1970, ainda no sindicato.

Café
Ex-vereador e ex-secretário de Segurança Alimentar de Diadema, Atevaldo Leitão (PSDB) tomou um café, no sábado, com o ex-prefeiturável diademense Taka Yamauchi (PSD), atual secretário de Obras de Ribeirão Pires. O encontro causou rebuliço na classe política, em especial porque Leitão, até o fim do ano passado, integrava o secretariado de Lauro Michels (PV), enquanto Taka se apresenta como oposição ao verde.

Transição
Fernando Marangoni (DEM) se reúne hoje com o prefeito Paulo Serra (PSDB), de Santo André, para discutir detalhes da transição. Ele foi nomeado secretário adjunto de Habitação do Estado e vai se desligar da Pasta que cuida de assuntos de moradia no município – assumirá a função amanhã. Dois nomes são cotados: Paulo Alves e Miguel Heredia (PSDB). O primeiro é próximo de Rodrigo Garcia (DEM). O segundo, comandou a Previdência andreense. 




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