Memória Titulo Memória
A fábrica. A igreja. Os operários
Por Ademir Medici
06/01/2019 | 07:00
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"Coube à Lidgerwood fazer para a nascente catedral do Carmo, então meramente uma igreja, o seu sino principal, que está na torre até hoje. Mecânica e modelação.”
Cf. Jordano Bruno Dalla, coluna Memória, 8-4-2006.

Em 6 de outubro de 1931 era fundado o clube de empregados da indústria Lidgerwood, em Santo André, distrito de São Bernardo.

Em 1995 entrevistamos Alécio Cavaggione, em 2006 o entrevistado foi Jordano Bruno Dalla. Moradores antigos de Santo André, colegas da Lidgerwood, esta grande indústria metalúrgica que fez história na cidade entre as décadas de 1920 e 1960.

Cavaggione e Dalla nos legaram informações importantes sobre a Lidgerwood, cujas instalações do bairro Casa Branca seguiram o estilo de outras unidades da organização, com seus tijolos aparentes.

Desenhos industriais
Depoimento: Jordano Bruno Dalla

Meu primeiro emprego foi na Companhia Lidgerwood Industrial. Ali trabalhei durante quatro anos.
Comecei na oficina mecânica. O chefe da mecânica era um Pezzolo, de família tradicional da cidade. Chinaglia, um baixinho italiano, me levou para a modelação da empresa.
A Lidgerwood produzia bombas hidráulicas, equipamentos para moinhos, maquinário de beneficiar arroz e café. Era uma indústria de maquinários, de tornos imensos, cada um medindo de cinco a oito metros de comprimento.
Na casa do chefe da Modelação, Chinaglia, que residia na Vila Pires, aprendi a fazer desenhos industriais. Dele ganhei um estojo francês onde guardava meus esquadros.

Nota – Bruno Dalla concedeu esta entrevista quando estava com 92 anos. Dizia ainda guardar os desenhos que fez, “há mais de 70 anos”. Gente da preservação histórica de Santo André, estes desenhos são parte fundamental da memória industrial da cidade e região. Recuperá-los seria um grande serviço à nossa história.

CAMPINAS
A cidade de Campinas preserva a memória da Lidgerwood. Há no Centro da cidade a Rua Lidgerwood. A unidade campineira encerrou atividades em 1922 – quando praticamente iniciava suas operações em Santo André. O edifício campineiro foi vendido para a firma Pedro Anderson & Cia e, em 1928, para a Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

O prédio da Lidgerwood Manufacturing serviu como depósito. Foi esquecido. Entrou em desuso para ser restaurado e tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico de Campinas. Em 1992 passou a sediar o Museu da Cidade, que ali funcionou até 2016. Hoje o prédio centenário é motivo de preocupação pelos memorialistas locais, que lutam pela sua preservação.


Em 6 de janeiro de...

1919 – Anúncio. Companhia Americana de Seguros. Rua Direita, 33, sobrado, São Paulo. Sucursais no Rio de Janeiro e Londres. Representantes em Nova York e Buenos Aires. Presidente: Dr. Erasmo Teixeira de Assumpção.
Nota – Erasmo Assumpção possuía chácara, com criação de cavalos de raça, em Santo André e aqui fez pelo menos dois grandes loteamentos urbanos: Vila Assunção e Parque Jaçatuba.
A guerra acabou. Do noticiário do Estadão: o fornecimento de víveres à Europa.
Do noticiário do Correio Paulistano: a França vitoriosa sangra pelas suas múltiplas feridas; a Alemanha vencida não conserva sinais de derrota, cf. correspondente do Petit Journal, depois de percorrer áreas francesas e alemãs envolvidas na guerra.
O correspondente vaticinava: os alemães não esquecerão e procurarão certamente vingar-se.
Nota – E viria a Segunda Guerra Mundial.
1954 - Toma posse o 1º Conselho (interino) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Santo André, sob a direção de Antonio Braga.
1969 - Prefeitura de São Caetano inclui o peixe na merenda escolar.
1984 - Falece Elias Aron Awada, do Rotary Santo André.


Interação com Facebook

‘Observações (quase) impertinentes’

A cada dia que passa me convenço mais de que o futuro da imprensa – no caso me refiro especificamente aos jornais – vai repousar nos jornais de bairro, nos jornais regionais, de modo especial se estes souberem (e puderem) se modernizar do ponto de vista tecnológico.

Da crônica de Lourenço Diaféria publicada pelo Diário em 6 de janeiro de 1989. Confiram a íntegra no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 6 de janeiro de 1989 – ano 31, edição 6955
Manchete – Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda, procura apoio à prefixação dos salários
Comércio – Começa em Utinga plantão de farmácia aos sábados.
Serviços – A primeira filial do Citibank na região foi inaugurada ontem em Santo André, à Rua Correia Dias, 35.
Cultura & Lazer – Vale tudo para saber quem assassinou Odete Roitman. Mesmo fora do ar há quase um mês, a personagem interpretada por Beatriz Segall foi centro de muitas conversas, que terão hoje o seu desfecho.
Nota – A vilã Odete Roitman foi morta por engano por Leila, personagem interpretada por Cassia Kiss, atriz com passagem pelo Grande ABC, quando fez curso de teatro na Fundação das Artes, em São Caetano. A revelação foi dada no último capítulo da novela Vale Tudo, recentemente reprisada pela Rede Globo.

Hoje

Dia dos Santos Reis. Os reis magos eram cultos, conheciam os livros de judeus e professavam uma cultura muito acima do paganismo; conheciam a ciência dos astros e liam pergaminhos antigos.
Cf. professor Felipe Aquino, in blog Canção Nova.

Santos do Dia

Santa Rafaela Maria
André Corsino (1301-1373)
Nilamão

Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 6 de janeiro:

No Espírito Santo, Alegre
No Rio de Janeiro, Angra dos Reis
Em Santa Catarina, Criciúma
Em São Paulo, Dirce Reis e Morro Agudo
Em Pernambuco, Inajá e Sirinhaém
Em Goiás, Itapuranga
No Pará, Vigia

Fonte: IBGE 




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