Política Titulo Editorial
Tragédia no asfalto
Do Diário do Grande ABC
03/01/2019 | 16:09
Compartilhar notícia


 São preocupantes os números de acidentes de trânsito com vítimas registrados no Grande ABC no ano passado. De janeiro a novembro, meses em que as estatísticas já estão fechadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, foram 3.308 casos, com 88 mortes. Uma tragédia! É como se a cada quatro dias, em média, uma pessoa perdesse a vida dessa maneira no Grande ABC. Os dados demonstram que é necessário reforçar – quando existem, diga-se – as políticas municipais destinadas a diminuir a violência no asfalto.

Também divulgada pela Secretaria de Segurança, a informação de que, em uma década, o número de mortos foi reduzido à metade não minimiza a barbárie verificada nas ruas e avenidas do Grande ABC. O trânsito precisa parar de matar. Enquanto o índice de óbitos no asfalto não for reduzido a zero ainda haverá débito a ser quitado e trabalho a ser feito.

Estudos baseados na análise criteriosa de históricos e estatísticas permitem que se aponte, com absoluta segurança, a imprudência como a grande responsável pelo número elevado de vítimas. Se todos os atores, de motoristas a pedestres, respeitassem as regras e os limites determinados pelo Código de Trânsito Brasileiro, a convivência entre máquinas e pessoas seria bem mais harmônica. Mas existem cidadãos inconsequentes e há abusos e excessos.

Países que conseguiram vencer níveis endêmicos de mortes no trânsito têm muito a ensinar. O Japão, por exemplo, atingiu resultados satisfatórios ao sustentar suas ações em três pilares: tornar a legislação mais rigorosa, modernizar a frota e – especialmente – conscientizar pedestres e motoristas. Nos dois primeiros quesitos, o Brasil tem se saído razoavelmente bem, o que explica a redução de 27,4% das mortes registradas nas capitais em seis anos, dos 7.952 casos ocorridos em 2010 para os 5.773 em 2016. Mas o País ainda falha na criação de cultura de paz no asfalto – deficiência que os municípios acabam reproduzindo. Como se vê, já passou da hora de apostar as fichas na educação.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;