Política Titulo Mauá
Câmara recebe sete pedidos de impeachment contra Atila

Partidos, sindicatos e associações ingressam com solicitação de cassação do prefeito, preso por corrupção

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/12/2018 | 07:36
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Nario Barbosa/DGABC


Partidos, sindicatos e associações – sete no total – entraram ontem com pedidos de impeachment do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), preso na semana passada no âmbito da Operação Trato Feito, conduzida pela PF (Polícia Federal), acusado de ser líder de suposta organização criminosa que superfaturava contratos públicos e pagava propina a agentes políticos da cidade.

Ingressaram com solicitação de cassação do chefe do Executivo as legendas partidárias PT e Novo, o MBL (Movimento Brasil Livre), o Fórum da Cidadania do Grande ABC, o Sindicato dos Químicos do ABC, coletivo de líderes comunitários de Mauá e até mesmo grupo de funcionários demitidos da FUABC (Fundação do ABC) que atuavam no sistema de Saúde mauaense.

Todos alegaram que Atila quebrou o decoro do cargo ao ser novamente preso acusado de corrupção. A primeira vez foi em maio, no âmbito da Operação Prato Feito, que investiga denúncias de desvio de contratos da merenda e uniforme escolares em diversas cidades do Estado. Atila seria, segundo a PF, destinatário final de dinheiro oriundo de superfaturamento dos acordos públicos ainda quando era deputado estadual.

“Ainda que não haja condenação ou trânsito em julgado das denúncias, é certo que o município de Mauá não poderá ficar paralisado à espera do prefeito municipal exercer seu direito de defesa. Logo, é evidente que houve quebra de confiança entre o mandatário e a sociedade mauaense, diante dos escândalos policiais e prisões que atingiram diretamente o núcleo duro do governo de Atila César Monteiro Jacomussi”, escreveu o PT, em seu pedido de impeachment, assinado em conjunto com o Sindicato dos Químicos, líderes comunitários e os servidores demitidos da FUABC. O documento foi entregue pelo presidente do PT local, Getúlio Júnior, o Juninho, pelo ex-vereador Paulo Eugenio Pereira Júnior e pelo atual vereador Marcelo Oliveira.

Atila e seu ex-secretário de Governo João Gaspar (PCdoB) foram presos na semana passada, pois, segundo a PF, a despeito de deflagrada a Operação Prato Feito, em maio, continuavam a cometer atos ilícitos – o que a defesa de ambos nega. A nova acusação é a de que havia desvio de pelo menos R$ 500 mil mensais de contratos públicos e que parte dessa verba era destinada à compra de apoio político na Câmara.

“Somos cidadãos mauaense de várias orientações, somos brasileiros querendo resgatar a honra que ainda resta para este município. Os tiranos que dele se apoderam construíram um sistema nefasto de corrupção, objetivando nos enfraquecer, para se perpetuarem no poder”, comentou o Fórum de Cidadania.

SUSPENSÃO
Maria Helena Musachio, presidente do Fórum de Cidadania do Grande ABC, declarou também que a entidade vai requerer a suspensão da sessão convocada pelo presidente da Câmara, Admir Jacomussi (PRP), para quarta-feira, com objetivo de analisar pedido de licença por 30 dias de Atila.

Dois motivos baseiam a medida. O primeiro é a suspeição dos vereadores, já que 21 dos 23 atuais parlamentares foram alvo da Operação Trato Feito. O segundo é o laço consanguíneo do presidente da Casa com o prefeito: Admir é pai de Atila. 




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