Atualizada às 12h45

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ministrou na manhã desta terça-feira (11) aula magna para cerca de 230 alunos do curso de Medicina no campus da Uninove de Mauá. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté, ele é especialista em anestesiologia e acupuntura.

No período de uma hora meia, o tucano falou sobre estresse, ansiedade e depressão. Ele abordou temas como expectativa de vida, causas frequentes de óbito entre homens e mulheres, inteligência emocional e importância da prevenção de doenças. Alckmin discorreu sobre os fatores que contribuem para o alcance do bem-estar, tais como exposição matinal à luz solar, nutrição, acupuntura, atividade física, higiene do sono, meditação e relações afetivas.

Além do campus Mauá, o tucano ministrará aulas nas unidades de São Bernardo, Bauru, Guarulhos, Osasco e São Paulo nos cursos de Medicina e em disciplinas relacionadas a sua área de conhecimento, como Gestão Pública. Cada aula abordará um assunto específico e reunirá alunos de diversas turmas. A periodicidade ainda não está definida. “Eu adoro dar aula. Fui professor em cursinho, depois na universidade e agora estou voltando. É uma alegria e considero que é importante para a região formar bons médicos para atuar aqui”, disse.

A aluna da terceira turma de Medicina da instuição Jessyman de Carvalho, 29 anos e natural de Curitiba (PR), aprovou a aula desta manhã. “Ele fez fala pertinente e tratou de métodos alternativos que devem auxiliar no desenvolvimento da Medicina. Trouxe a importância de tratar não apenas a doença, mas sim o ser humano, além de ter motivado os alunos a cuidar da própria saúde.”

“Foi gratificante. A vinda do ex-governador é uma conquista para a universidade, pois trata-se de uma pessoa que tem experiência em gestão pública e certamente vem para somar”, acrescentou Ana Carolina Barreto, 27 anos, aluna da primeira turma e nascida em São Vicente, no Litoral.

O diretor do departamento de Ciências Médicas da Uninove de Mauá, Cristiano Gomes, destacou a satisfação de ter o ex-governador no quadro de docentes. “Acredito que vimos um perfil do governador que muita gente não conhecia, de grande cultura, conhecimento e humildade. Acho que ele tem muito a agregar e ensinar para os alunos da Medicina da Uninove. A expectativa é bem positiva, sobretudo nas disciplinas de Saúde Coletiva e Gestão em Saúde pública, que são áreas nas quais ele tem domínio amplo e experiência enorme.”

Ontem, Alckmin lecionou no campus de Bauru. Amanhã ele falará aos alunos de São Bernardo.

Expectativa política – O ex-governador aproveitou a oportunidade para conversar com o Diário sobre os resultados das eleições de outubro. Sobre o presidente eleito pelo PSL, Jair Bolsonaro, Alckmin disse torcer para que seu rival nas urnas faça um bom governo e assegurou que irá apoiar, mesmo que sem participação direta, todas as medidas que também estiverem no plano de governo do PSDB. “Torço para que dê certo, mas precisa ser rápido, porque a economia mundial ainda vai bem. Estima-se que ela deve crescer esse ano mais de 3,5% e trata-se de um bom momento para o Brasil crescer também. Os países emergentes geralmente ascendem mais que a média mundial. No entanto, a economia é cíclica e o cenário mundial está mudando com a crise comercial entre Estados Unidos e China, risco de diminuição do comércio exterior e dificuldades na Europa”, alertou.

Sobre o governador eleito pelo PSDB em São Paulo, João Doria, com quem trocou farpas durante a campanha, Alckmin garantiu que fará o que puder para ajudá-lo na tarefa de administrar o Estado. Os dois se reuniram há cerca de 20 dias.

O tucano lembrou ainda que em março haverá um congresso nacional da sigla para rediscutir programas, propostas e estatutos. No mesmo mês estão previstas convenções municipais. Em abril acontecerão as estaduais e em maio, a nacional, quando ele deve deixar o comando do PSDB. “Pretendo me dedicar neste período exclusivamente ao magistério e também à Medicina. Vou ajudar no Instituto Teotônio Vilela, dedicado a estudos do PSDB, e auxiliar na questão programática. Eu não pretendo continuar (na presidência do partido). Fico até 31 de maio”, finalizou.

Nas eleições presidenciais deste ano, Alckmin ficou em 4º lugar, com 4,76% de votos.