Política Titulo Polêmica
Empresa desafia lei e banca centro logístico em Paranapiacaba

Responsável pelo projeto alega que mudança na Luops não inviabiliza instalação do polo

Júnior Carvalho
Do dgabc.com.br
11/12/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


A Fazenda Campo Grande Empreendimentos e Participações, que tenta viabilizar a construção de centro de logística em Paranapiacaba, garantiu ontem que prosseguirá com o projeto, a despeito de mudança na Luops (Lei de Uso e Ocupação de Solo) de Santo André impedir a instalação do polo.

Sob intenso protesto de ativistas e ambientalistas, a firma realizou ontem a primeira das duas audiências públicas, em Rio Grande da Serra, e revelou que modificará o projeto em decorrência da recente alteração na Luops – foi suprimido o parágrafo da lei número 42/2018 que autorizava a instalação de empreendimentos logísticos. Porém, afiançou que não desistirá do centro.

Na interpretação da empresa. explanada por meio do diretor do centro, Jael Rawet. a modificação na Luops reduzirá significativamente a área de abrangência do polo, mas não comprometerá sua instalação, como entendem os ambientalistas.

Rawet exibiu slides com a planta do projeto e citou justamente a legislação modificada recentemente pela Câmara de Santo André. Pelo esboço, a nova Luops suprime somente uma das glebas do empreendimento, identificada como gleba C. Segundo dados informados pela companhia, essa redução abrange 45,15 hectares dos 96 hectares idealizados inicialmente, ou seja, praticamente metade da área projetada para o chamado centro logístico Campo Grande.

Durante o debate de ontem, a empresa reforçou que o projeto tem sido “readequeado”, “atendendo a pedidos” para evitar a proximidade do polo com a Vila de Paranapiacaba e que o traçado do empreendimento “foi pensado” para poupar a Mata Atlântica. Asseguraram ainda que todas as áreas de preservação ambiental serão monitoradas e continuarão preservadas. A empresa sustentou também que a viabilização do centro beneficiará as finanças do município de Santo André, com impacto anual de R$ 35 milhões na arrecadação da cidade e a criação de 600 empregos diretos na operação do centro.

Representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), José Soares da Silva criticou o fato de a empresa apresentar na audiência pública o projeto excluindo uma das áreas. Para o ambientalista, soa “estranho” o fato de a nova planta não constar no EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental) da proposta. “De qual EIA-Rima estamos discutindo? O que está sendo apresentado hoje ou o que está no Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente)?”

O centro é orçado em R$ 780 milhões e seria erguido às margens da ferrovia Santos-Jundiaí. Para ativistas, o projeto prejudicaria a candidatura de Paranapiacaba como patrimônio da humanidade, na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;