Centro esportivo Dorival Rezende da Silva deveria estar pronto desde 2017, mas segue sem prazo
Passado um ano e três meses da data prevista para entrega do Centro Esportivo Dorival Rezende da Silva, na Vila Lídia, em Mauá, a obra do local está parada e não tem previsão para retomada da construção. Anunciado pelo prefeito Atila Jacomussi (PSB) no primeiro semestre de 2017, o equipamento, que deveria proporcionar atividades de lazer à comunidade, se tornou área de acúmulo de lixo e com mato alto.
A equipe do Diário esteve no local e conversou com moradores. Eles afirmam que dois meses depois que a obra começou, em maio de 2017, o serviço foi paralisado e, desde então, nunca mais viram trabalhadores no canteiro de obras. Até mesmo a placa afixada pela Prefeitura em frente ao local foi retirada.
“Temos vídeos do dia em que os funcionários da Prefeitura arrancaram a placa. E agora está assim, e cada dia pior. Mato alto, sujeira, pichação, abandono e descaso com a população”, disse William Gonçalves, 30 anos.
Os moradores do bairro chegaram a se juntar no início do ano e arrecadar dinheiro para custear iluminação e arrumar a quadra de areia do espaço. Meses depois, dizem ter desistido de instalar as lâmpadas, mas mostram muro que fizeram – pois o anterior caiu com as chuvas – e pintaram para decorar. “A população que se une para cuidar um pouco, mas não é justo a gente ter de fazer o que o governo tem obrigação”, destacou Gonçalves.
O dono do lava-seco que fica em frente ao espaço, Eduardo da Silva Viana, 35, mora no bairro desde que nasceu. Para ele, o que era para ser bom, virou um transtorno. “Fora que, além das vigas expostas, que são de risco, têm arame caído, entulho e restos de obra jogados. Não tem nem como as crianças brincarem aqui.”
Grupo de amigos que antes jogavam futebol todas as terças e quintas-feira à noite, mudou a atividade para o fim da tarde para não ficar no escuro. “Alegam que aqui é ponto de droga, mas não. Aqui tem trabalhador, pai de família. Temos um bairro inteiro esperando pelo espaço de lazer prometido”, ressaltou o estudante Pedro Neves, 19.
A Prefeitura informou, por meio de nota, que as intervenções estão paralisadas por motivo de rescisão contratual, visto que a empresa anterior “não seguiu os parâmetros previstos no projeto original, chegando a ser multada em R$ 204 mil”.
A princípio, a ordem de serviço estava avaliada em R$ 186,3 mil. Segundo a administração municipal, diante da situação com a antiga licitada, a Prefeitura “se viu obrigada a elaborar um novo material técnico, cujo valor está em R$ 171 mil, por meio de uma linha de crédito da Caixa”.
Questionada sobre prazo, a Prefeitura afirma que somente após análise da instituição bancária os procedimentos para a retomada das obras terão sequência.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.