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Petição é feita contra compra de carros oficiais em Diadema

Abaixo-assinado pede revogação de edital na Câmara, que prevê gastar R$ 1,3 mi com veículos

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
04/12/2018 | 07:56
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Denis Maciel/DGABC


Abaixo-assinado eletrônico foi criado para pressionar o presidente da Câmara de Diadema, Marcos Michels (PSB), a revogar o edital 012/2018, que prevê a compra de carros oficiais para os vereadores. A estimativa da direção da Casa é gastar até R$ 1,3 milhão com a aquisição de 21 veículos para os parlamentares.

“Vivemos três anos de forte recessão econômica, os recursos públicos estão cada vez mais escassos e nossos políticos ainda não entenderam que precisam respeitar o dinheiro dos impostos que pagamos. Vereadores ganham bons salários, têm assessores, regalias e ainda querem carros novos. Por que não andam de transporte público?”, diz o texto do pedido, que está no link http://chng.it/jYNj4qYq. Até o fechamento desta edição, cerca de 500 pessoas haviam rubricado o desejo de ver revogado o edital.

A petição também sugere que parlamentares utilizem serviço de transporte por aplicativo, medida que vem sendo adotada por diversos setores públicos – a Prefeitura de São Bernardo, por exemplo, utiliza esse expediente para os servidores. “Nas eleições deste ano foi dado o recado: a população quer o fim dos privilégios.”

Deputado federal eleito por São Paulo, mas que tem raízes na região, Vinicius Poit (Novo) utilizou as redes sociais para condenar a intenção da Câmara de Diadema. “Vira e mexe a gente recebe alguns exemplos ruins de gestão pública. Olha essa dos vereadores de Diadema, fazendo licitação para comprar R$ 1,3 milhão em carros”, afirma o futuro parlamentar. “Que desrespeito com o dinheiro público. E não é qualquer carro. Vamos nos mobilizar, cobrar os vereadores, ir para Câmara, para respeitarem o dinheiro público. Diadema não precisa de carro luxuoso para vereador.”

O Diário mostrou ontem que o Legislativo de Diadema adotou itens que causaram polêmica interna para a aquisição dos veículos: ar-condicionado, para-choque na cor do veículo, câmbio automático, direção elétrica ou hidráulica, motor 1.6, sistema de travamento elétrico com acionamento pelo controle, iluminação no porta-mala e quebra-sol com espelho para motorista e passageiro. A média que a Casa pretende despender é de R$ 61,5 mil.

O presidente do Legislativo, ao justificar o edital quando questionado pelo Diário, argumentou que a frota de 2011 tem apresentado problemas mecânicos, o que gera custos em manutenção. “Eles são de 2011. De 2016 para cá, em dois anos, já gastamos cerca de R$ 500 mil só com manutenção desses veículos, que já apresentam problemas. De qualquer forma, os carros ainda estão em boa conservação e vamos doá-los para a Prefeitura, que está precisando. A ideia é comprar veículos que aguentem por alguns anos sem necessitar de realizar manutenção.” 




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