"A comunidade internacional falhou em Ruanda e isso deve nos deixar para sempre um sentido de amarga decepção", declarou em coletiva a respeito do décimo aniversário do genocídio.
"Se a comunidade internacional tivesse agido com rapidez e determinação, poderia ter impedido boa parte da matança. Mas não houve vontade política, nem tropas", admitiu.
Disse ainda que o massacre de quase um milhão de pessoas em três meses, junto com os crimes de guerra na Bósnia e Herzegovina, tiveram um impacto duradouro em suas decisões como secretário-geral do organismo.
"Acredito que então estava fazendo o melhor que podia. Mas me dou conta que, depois do genocídio, havia mais que se poderia e devia fazer para acionar os alarmes e conseguir apoio", acrescentou.
O genocídio ruandês, que teve início depois da morte do presidente Habyarimana, foi um dos maiores fracassos da ONU, que foi incapaz de impedir a matança, apesar dos pedidos de ajuda feitos por Kigali.
A morte de Habyarimana serviu como detonador do crime em massa, planejado e orquestrado pelos partidários hutus do presidente assassinado, contra a minoria tutsi, que, segundo admitiu o atual governo ruandês, custou a vida de cerca de um milhão de pessoas.
A ONU criou, em novembro de 1994, sete meses depois do início do genocídio, um Tribunal Penal Internacional para Ruanda, que já condenou cinco ruandeses à prisão perpétua.
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