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Professores da FSA entram em estado de greve por salários

Docentes cobram regularização de salários atrasados desde 2015 e transparência em sindicância que apura contratação de colaboradores

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
24/11/2018 | 07:00
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 Professores da FSA (Fundação Santo André), na Vila Príncipe de Gales, anunciaram ontem estado de greve sob ameaça de paralisar as atividades a partir da terça-feira, data em que ocorrerá nova assembleia. A principal reivindicação do grupo é o acerto de salários atrasados desde 2015, além de transparência na sindicância que apura os contratos de trabalho da instituição de Ensino Superior, instaurada em outubro.

Conforme os funcionários, em outubro, eles receberam apenas 54% do valor total do salário do mês. “A reitoria afirmou ao Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do ABC) que não fará o pagamento do 13º e que só depositará 50% do valor do vencimento de novembro e dezembro. Além disso, somente entre fevereiro e março de 2019 apresentarão propostas de negociação quanto às pendencias”, observa o diretor do sindicato e professor de relações internacionais da FSA, Marcelo Buzetto.

Outra questão que vem causando revolta entre os docentes é o pente-fino a respeito dos contratos de trabalho da instituição de Ensino Superior. Eles questionam o que consideram “inversão de alvo”, tendo em vista que o procedimento teve início para apurar denúncias de que o atual reitor, Francisco José Santos Milreu, não é concursado – o que contraria a legislação –, e, agora, a reitoria cobra que os funcionários apresentem provas de sua contratação. Milreu admitiu ao Diário, no início do ano, que sua contratação, em 1989, se deu sem a prestação de concurso público.

Todo o trabalho de sindicância está sendo coordenado pelo pró-reitor administrativo, o professor Vander Ferreira de Andrade. Segundo o Sinpro-ABC, os docentes estão tendo de buscar documentos que comprovem a formação docente e aprovação em concurso da FSA, além de serem obrigados a esclarecer os motivos das titulações conquistadas. Para Buzetto, Milreu assumiu postura “ditatorial, autoritária, arbitrárias e pouco transparente”. “A reitoria não tem apoio popular e da comunidade acadêmica. Muitos que a apoiaram anteriormente estão procurando o Sinpro-ABC e dizendo que estão decepcionados com o que Milreu vem fazendo e também como conduz a investigação. Não há diálogo com a reitoria”, ressalta.

Os professores denunciam a perda de documentos por parte da FSA. “Os docentes foram procurar documentos, já que a instituição exigiu, e esses papéis não existem, ou seja, a Fundação perdeu os documentos dos funcionários e isso é muito grave”, comenta Buzetto.

 

 

Instituição abre sindicância individual para funcionários

 

Pouco mais de um mês depois de a reitoria da FSA (Fundação Santo André) ter instaurado sindicância, a instituição de Ensino Superior destacou que abriu procedimento individual para apurar a contratação dos funcionários cuja documentação esteja incompleta. O prazo para finalização das apurações, previsto para o último dia 5, estourou e não há nova data para o fim do pente-fino.

O processo em questão tem objetivo de apurar irregularidades apontadas na investigação em todos os contratos de trabalho, finalizada em junho, após 134 dias.

A FSA alega que o reitor está contratado por meios legais, mas insiste em não apresentar os documentos à imprensa. A instituição de Ensino Superior afirmou que “estão sendo respeitados os direitos dos docentes ou funcionários técnico-administrativos envolvidos”.




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