Centro de compras, no Serraria, foi inaugurado sem as melhorias previstas em acordo na Justiça
O Shopping Diadema foi inaugurado parcialmente em setembro pelo Grupo Bem Barato na Estrada do Rufino, 735, no bairro Serraria, no entanto, a comunidade ainda aguarda as compensações ambientais acordadas junto à Prefeitura por meio de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em 2017, com supervisão do Ministério Público. Entre as melhorias previstas estão a recuperação e a sinalização do viário no entorno do empreendimento, construção de um parque, além de reformas em equipamentos de Saúde.
O acordo na Justiça foi necessário porque a licença para a execução da obra, emitida pela administração municipal em 2014, previa apenas a ampliação das instalações (que antes eram um galpão) e não a construção de um shopping center. Durante a última reunião do Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Diadema), representantes da administração apresentaram aos conselheiros o escopo do TAC e as intervenções que devem ser realizadas pelo empreendedor. Entre elas, recuperação e sinalização do viário no entorno do estabelecimento, revitalização de duas praças e áreas verdes, reformas em equipamentos de Saúde, construção de um parque e repasse de R$ 100 mil para o Fumapis (Fundo Municipal de Apoio à Habitação de Interesse Social). As compensações atingem um raio de 11 quilômetros, incluído em APM (Área de Proteção de Manancial).
Conselheiros questionam o fato de o empreendimento já estar em funcionamento sem que as compensações tenham sido concluídas. Segundo o vice-presidente do colegiado, o economista Francisco de Assis Cardoso, 58 anos, a Prefeitura só informou sobre o TAC em 2018, meses antes da eleição.“O combinado era que teríamos a oportunidade de analisar o acordo antes da inauguração, já que não pudemos fazer isso antes da obra, como manda a lei. Agora, que já está em curso, só nos resta analisar e sugerir adequações”, lamentou.
A secretária-adjunta de Habitação de Diadema, Marcia Carvalho, justificou que a Prefeitura também foi surpreendida com o anúncio da construção de um empreendimento grande como um shopping e que a assinatura do TAC, após embargo temporário da obra, foi a maneira de mitigar os impactos.
Segundo ela, grande parte das intervenções viárias não foi realizada porque existem verbas aprovadas para obras de recapeamento nos mesmos locais, como a Avenida Afonso Monteiro da Cruz e a própria Estrada do Rufino. Dessa forma, a administração solicitou à Secretaria de Obras que as melhorias sejam concluídas o mais rápido possível. A principal reivindicação é de uma passarela em frente ao shopping. “Temos uma escola no local, ou seja, já era um lugar de grande fluxo de pedestres”, justificou a advogada Adriana Ribas, 40, conselheira e moradora da região.
A Prefeitura e o Grupo Bem Barato não informaram qual o prazo para conclusão do TAC e das compensações ambientais. A previsão de inauguração total do shopping é até o fim do mês. O empreendimento contará com 95 lojas.
DESLIZAMENTO
Em maio de 2018, as obras do Shopping Diadema foram interrompidas após um deslizamento de terra soterrar três funcionários. Os operários se feriram apenas levemente e a obra não chegou a ser embargada.
Parque deve ser construído ao lado de área que já foi invadida
Entre as compensações que o Grupo Bem Barato deve realizar em Diadema pela construção do shopping no Serraria está a implantação de parque entre as ruas Erico Veríssimo e Afonso Monteiro da Cruz. A área está ao lado de terreno que foi invadido em outubro. Segundo acordo assinado entre a Prefeitura de Diadema e o Grupo Bem Barato, responsável pelo empreendimento, o parque vai ocupar área total de 40 mil metros, com pista de skate, academia ao ar livre, pista de caminhada, playground, mirante e sanitários, entre outras instalações. De acordo com representantes da Secretaria de Habitação, a previsão de início das obras é até o fim do mês.
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