O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, em um procedimento secreto que foi revelado por engano, informou nesta sexta-feira, 16, o jornal The Washington Post. A medida marca uma escalada drástica na longa batalha do governo americano contra ele e seu grupo contrário ao sigilo e pode avançar as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.
Em uma carta a um juiz que se tornou pública, o procurador Kellen S. Dwyer escreveu que, "em razão da sofisticação do réu e da publicidade em torno do caso, é provável que nenhum outro procedimento mantenha confidencial o fato de que foi acusado". Mais tarde, Dwyer escreveu que as acusações "precisariam ser mantidas sob sigilo até Assange ser preso".
Ainda não se sabe quais acusações pesariam sobre Assange, mas os EUA já haviam estudado anteriormente a possibilidade de indiciá-lo por conspiração, roubo de propriedade governamental e violação da Lei de Espionagem pela divulgação de documentos secretos do Pentágono e do Departamento de Estado americano em 2010 no WikiLeaks.
Um dos advogados de Assange, Barry J. Pollack, disse ao Post que "a única coisa mais irresponsável que acusar alguém por publicar informação verídica seria pôr em um escrito público informação que claramente não estava destinada ao público e sem avisar Assange".
"Obviamente, não tenho nem ideia se realmente lhe acusaram ou de que, mas a ideia de que se pode ser acusado por crimes federais por publicar informação verídica é um precedente perigoso", acrescentou.
O Equador acolheu Assange em sua embaixada em Londres em 2012 depois que o jornalista foi acusado na Suécia de agressão sexual. Embora o caso tenha sido arquivado, o australiano segue recluso por temer que sua saída provoque um pedido de extradição aos EUA e sua imediata detenção. (Com agência internacionais)
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