Sistema opera em S.Bernardo desde julho; cartão do estudante lidera irregularidades
O sistema de reconhecimento por biometria facial, instalado nos ônibus municipais de São Bernardo desde julho, identificou 4.300 usos irregulares dos cartões que oferecem algum tipo de gratuidade. A maior parte dos laudos emitidos pelo sistema se refere ao cartão do estudante, 44% do total. Todos os benefícios foram bloqueados por seis meses e os usuários podem apresentar recurso administrativo, por meio de agendamento do serviço Atende Bem.
São Bernardo foi a primeira cidade da Região Metropolitana a implantar o sistema de reconhecimento por biometria facial no transporte coletivo municipal. Em agosto, Diadema também passou a contar com a tecnologia em seus coletivos. Outras cidades, como Jacareí, no Vale do Paraíba, e Santos e Praia Grande, no Litoral paulista, também utilizam sistemas semelhantes.
Atualmente, há 203.210 beneficiários cadastrados em São Bernardo, sendo que, desse total, 161.634 se mostram ativos, ou seja, são utilizados com frequência regular. As utilizações que são isentas do pagamento de tarifa – as gratuidades – são da ordem de 80 mil diariamente. A identificação biométrica facial está instalada em 334 veículos, o que representa 85% da frota operacional. A previsão é que a tecnologia esteja em 100% dos coletivos até o fim do ano.
O número de irregularidades identificadas até o momento representa 2,66% do número de cartões que dão direito à gratuidade. Na ocasião do lançamento do sistema, o prefeito Orlando Morando (PSDB) afirmou que a estimativa da administração é que de 5% a 10% das viagens gratuitas sejam feitas de forma irregular.
Entre a população, o sistema já conta com a aprovação dos usuários. O estudante Lucas Ladislau, 16 anos, morador da Vila São José, tem usado o cartão diariamente e avalia como positiva a iniciativa da administração. “Tem gente que acaba se aproveitando de um benefício que não tem direito”, declarou. Guilherme Rosa, 16, morador do Riacho Grande, corroborou a opinião do colega. “Precisa mesmo de um controle”, pontuou.
Os cartões Senior, para quem tem entre 60 e 65 anos, representam 13% das irregularidades identificadas. O aposentado Luiz Carlos Fernandes, 62, mora no Montanhão e concorda com a fiscalização da Prefeitura. “Garante o direito de quem precisa”, opinou. A dona de casa Maria Aparecida Soffiatti, 67, moradora do bairro dos Casa, também avalia bem a medida. “Muitas pessoas usam o cartão de terceiros”, justificou.
Quem teve o cartão bloqueado pode apresentar recurso junto à administração. É o caso da dona de casa Geliane Aparecida Ribeiro, 41, que aguarda o julgamento da contestação feita em nome do filho, Victor Gabriel, 7. “Os ônibus articulados não conseguem ler o rosto dele. Aí acabou bloqueando, agora estou aguardando a solução”, lamentou. A expectativa da Prefeitura de São Bernardo é que, com o combate às fraudes, sejam economizados de R$ 100 mil a R$ 200 mil por mês.
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