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Usuários denunciam serviço de Zona Azul em S.Caetano

Segundo motoristas, agentes não vendem folha avulsa para forçar a compra de talão

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
16/11/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Moradores e visitantes de São Caetano estão insatisfeitos com o serviço de Zona Azul no município e se dizem desrespeitados pelos agentes que cuidam do estacionamento rotativo. Segundo as reclamações, os responsáveis pela venda e controle de veículos não vendem somente uma folha para estacionamento, a fim de forçar os motoristas a comprar o talão inteiro, no valor de R$ 20. Isso tem complicado a vida do usuário, principalmente quem vai precisar usar somente uma vez, por não frequentar o município com frequência.

Além disso, usuários afirmam que os agentes voltaram a cobrar R$ 20 caso veículo seja flagrado sem o cartão de estacionamento, valor que consideram como multa. No entanto, reconhecem que somente agentes de trânsito e policiais podem aplicar sanções.

A equipe de reportagem do Diário conversou com uma auxiliar da Concessionária Assistpark, empresa terceirizada contratada pela Prefeitura e responsável pela venda e controle da Zona Azul. De acordo com a funcionária, os auxiliares devem vender somente uma folha para estacionamento, no valor de R$ 2, assim como estabelecimentos cadastrados que fazem a revenda. No entanto, os agentes, chamados de monitores, vendem somente a cartela com dez folhas, no valor de R$ 20.

SORTE
“Não tem como a pessoa saber quem é auxiliar e quem é monitor. Todos os funcionários da Assistpark usam o mesmo uniforme amarelo, não tem uma plaquinha informando quem é quem. Mas os monitores vendem só o talão completo, e se a pessoa não der sorte de estar perto de algum estabelecimento, ainda é multada”, disse a funcionária, que preferiu não ser identificada.

Caso como esse aconteceu com uma comerciante, na região central, que, após abrir a loja, pediu ao agente que lhe vendesse uma folha. Como ele se recusou e ela não poderia deixar o estabelecimento para ir até o local de venda, foi multada.

O aposentado José Domingos Ferrari, 63 anos, foi mais uma das vítimas. Além de dizer ser um “absurdo imensurável” o idoso ter de pagar Zona Azul, ainda teve de andar atrás de local que vendesse uma folha para que não fosse multado. “O agente não vendeu o bilhete individual e queria que eu comprasse o talão, mas não precisava de dez folhas. Então tive de correr atrás, correr mesmo, porque só tinha dez minutos de tolerância, para encontrar um local que vendesse (a folha avulsa).”

Questionada, a Prefeitura informou que, de acordo com a lei 2.428/1977, as vendas de cartões de estacionamento rotativo se dão de forma avulsa ou talões fechados pelos postos de venda credenciados, identificados com placas específicas e visíveis ao público – atualmente existem 250 postos cadastrados. Além disso, ainda de acordo com a lei, os agentes de fiscalização, prepostos da concessionária, “eventualmente poderão vender aos usuários somente talões fechados”

A administração destacou ainda que, além dos cartões, está disponível ao usuário o aplicativo Fácil Estacionar. Já sobre a cobrança de multa, a Prefeitura disse, por meio de nota, que “é importante esclarecer que os veículos fiscalizados de forma irregular recebem o aviso de irregularidade, que não é multa, mas uma medida socioeducativa adotada pela Prefeitura que alerta ao usuário a necessidade de regularização, no prazo máximo de 24 horas, mediante o pagamento da tarifa de R$ 20, recebendo em troca talão contendo dez cartões de uma hora cada um”.

A equipe do Diário não conseguiu contato com os responsáveis pela Concessionária Assistpark. 




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