Quatro dos seis presidentes das subsecções do Grande ABC não buscam renovar mandato
Reflexo do momento político, o cenário eleitoral para a disputa interna à direção das subsecções da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Grande ABC apresenta índice reduzido de nomes à reeleição. Quatro dos seis presidentes das unidades da região não se inscreveram para entrar na concorrência pela renovação do mandato ao triênio 2019-2021. Apenas Mauá – único município dentro da esfera local que tem chapa única – e Ribeirão Pires registram atuais dirigentes no páreo. A votação para escolha dos representantes da categoria ocorrerá no dia 29 de novembro.
Em Santo André, a quantidade de chapas inscritas fechou em três, sem a presença do presidente Roberto Gonçalves, que figura no primeiro mandato – ele está inserido na chapa estadual encabeçada por Caio Augusto. Antonio Carlos Cristiano, Andréa Tartuce e Mirian Bazote estão na briga pela sucessão. São cerca de 5.000 advogados aptos a voto. Relatos apontam que as candidaturas de Cristiano e Andréa, hoje secretária-geral da entidade local, são divisão da executiva situacionista.
“Entendo que a OAB também precisa de alternância de poder. Acredito muito nisso, vejo como fundamental, assim como não apoio o atual presidente (da OAB estadual) Marcos da Costa, que infelizmente pleiteia o terceiro mandato. Além disso, tem a questão do meu escritório (de advocacia). São 20 anos de atuação e ocupa bastante tempo”, alegou Gonçalves, ao acrescentar que aderiu à chapa de Cristiano na disputa da unidade municipal. “Ele tem história na OAB (local), já foi candidato (a presidente), e é atuante, com participações em comissões.”
São Bernardo registrou quatro candidaturas, o maior número entre as seis cidades (Rio Grande da Serra não tem subsecção própria). Atual presidente, Luís Ricardo Davanzo, e no segundo mandato, não vai para a reeleição. A concorrência contabiliza Francisco de Souza Quirino Filho, Luiz Ribeiro Oliveira Nascimento Costa Junior, Lídia Martins Porfirio e Cleiton Leite Coutinho. Quirino tem passagem na disputa por cargo eletivo. Pleiteou vaga de vereador em 2008 pelo Psol. Coutinho é secretário-geral do PT local. Lídia, por sua vez, entrou de vice de Davanzo nas duas últimas gestões. Luiz Ribeiro possui apoio de Leandro Piccino, ex-presidente da OAB.
Davanzo sustentou que sempre defendeu alternância no poder e ser contrário a terceiro mandato consecutivo. “Havia até movimento para que eu pleiteasse um terceiro mandato e eu sinto que teria segurança de ser reeleito. Mas não sou político, sou advogado e sou contra dinastia. Se eu fosse para o terceiro mandato, impediria o destaque de muita gente aliada que me ajudou todos esses anos”. Ele dá suporte a Lídia.
Em São Caetano, o presidente Adilson Paula Dias poderia se lançar ao quarto mandato – está há nove anos no posto. Atual vice, João Paulo Borges Chagas disputa com Daniel Ferreira e Joyce Godinho Mazzalli. Segundo Adilson, era “necessário dar chance para outros na OAB”. “Em nove anos acredito ter feito muita coisa, modernizei a OAB. Fui convidado pelo Marcos da Costa a ser candidato ao conselho estadual. Aceitei esse novo desafio e vou apoiar o João Paulo.”
Presidente da subsecção de Diadema, Marilza Nagasawa decidiu não disputar a reeleição após dois mandatos consecutivos para apoiar seu atual vice, Fernando Duque Rosa. A chapa governista tem apoio majoritário, mas concorrerá com a ala oposicionista, que será encabeçada por Lusinauro Batista do Nascimento.
Diferentemente do último pleito interno em Mauá, desta vez não haverá concorrência. Isso porque o atual dirigente da unidade local, Jozelito Rodrigues de Paula, será encaminhado à reeleição por meio de chapa única, tendo a composição da atual diretoria.
Duas chapas estão disputando a presidência da OAB em Ribeirão Pires. O atual presidente da entidade, Ricardo Abou Rizk, busca a reeleição. A outra chapa é liderada por Ezequiel de Sousa Oliveira. (Colaboraram Raphael Rocha, Júnior Carvalho e Daniel Tossato)
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.