Segundo depoimento do comerciante à polícia, um homem se passou por cliente e o chamou até o estacionamento de sua empresa para ver uns equipamentos — F. tem uma loja que comercializa máquina para serviços diversos. No estacionamento, ele foi abordado por dois homens armados que o obrigaram a entrar em seu carro e dirigir até outro estacionamento nas proximidades.
Nesse local, outros dois homens e uma mulher os aguardavam. Ele foi amarrado, vendado e transferido para outro veículo, um Palio azul marinho, que seguiu para o cativeiro com um homem e uma mulher, chamada de Paraibinha, que seria a vigia do cativeiro.
Na casa, ele permaneceu por cerca de 14 horas, até conseguir fugir. Durante a maior parte do dia, ficou em companhia de Paraibinha e da dona da casa. O seqüestrador que dirigiu o carro não ficou no cativeiro. Em seu depoimento, o comerciante afirmou que as mulheres presentes na casa diziam constantemente que não concordavam com o seqüestro.
De acordo com informações da polícia, F. conseguiu fugir por volta da 1h desta sexta com a ajuda de Paraibinha, quando estavam somente os dois na casa. Ele pediu ajuda a dois policiais militares que o levaram até o 1º Distrito Policial, no Centro da cidade. O comerciante conseguiu indicar o endereço do cativeiro, mas quando a polícia chegou no local não havia ninguém.
A dona da casa, a motorista G.R.M., tinha saído na noite anterior para ir buscar o marido em Bonsucesso, um bairro do município de Guarulhos, onde ele trabalha e passa toda a semana. “Fiquei desesperada. Não sabia o que fazer. Pensei em avisar a polícia, mas tinha medo que o seqüestrador e outros homens estivessem por perto. Fui buscar meu marido para resolver a situação, pois não concordava com o que estava acontecendo na minha casa”, disse.
Quando G. chegou em casa com o marido, por volta das 8h desta sexta, já não havia ninguém no local. Ela se dirigiu então até o 3º DP para contar a história. A motorista contou que conhecia o seqüestrador. Era amiga de sua mulher. E que tinha deixado ele guardar o carro no quintal de sua casa por um período. “Nesse dia, ele chegou com o carro e com um homem seqüestrado. Apesar de não estar armado, ele foi violento e me ameaçou. Por isso concordei que o homem ficasse em minha casa. Tenho três filhos para criar”, justificou.
G. também informou o nome do acusado de seqüestro: José Vidal, que tinha trabalhado como vigia em uma empresa de valores. Segundo o investigador-chefe do 3º DP de Mauá, Sérgio Alves, foram identificadas as fichas de 400 pessoas com esse nome. “Fomos verificando todas e reduzimos a relação até chegar ao seqüestrador”, contou.
O acusado está em liberdade condicional, depois de cumprir oito anos de prisão por causa de um roubo a banco em um shopping de São Bernardo. Ele ainda é acusado de participar de outro roubo a banco e de um assalto a um motel na região. Vidal deixou a cadeia há quatro meses e até esta sexta à noite estava foragido. G. foi liberada em seguida.
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