Metade dos fumantes acendeu o primeiro cigarro antes de completar 14 anos. Destes, 13,46% têm idade entre 6 e 11 anos. Este é resultado de pesquisa feita pela Secretaria Estadual de Saúde com 500 pacientes do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), em São Paulo. Segundo especialistas, a infância e adolescência são as fases mais suscetíveis para o vício.

A família é apontada na pesquisa como a maior influência: 67% dos pesquisados possuem parentes próximos que fumam.

“Pais que fumam perto dos filhos e que pedem para eles comprarem cigarro são coisas comuns e isso obviamente motiva”, explica a diretora do Cratod e coordenadora da pesquisa, Luizemir Lago.

Embora não haja estudos parecidos no Grande ABC, médicos afirmam que este os números são espelho fiel da realidade nos centros de tratamento e combate ao tabagismo.

“É uma amostragem bem parecida com o que vemos diariamente nos consultórios”, explica o pneumologista e chefe do Centro Hospitalar de Santo André, Reginaldo Amaral Batista.

Primeiro trago - Luciano Rogério Pinto, 35 anos, deu a primeira tragada aos 15 e nunca mais parou. Hoje fuma um maço de cigarro por dia. “Meus pais sempre fumaram, acho que sem querer me influenciaram.”

Apesar disso, ele que hoje tem três filhos admite que fuma na frente das crianças. “Eu falo para eles não entrarem no vício porque não faz bem.”

O pneumologista acredita que as chances de iniciar o vício na adolescência são maiores também por insistência dos amigos e por causa dos comerciais. “A juventude acha charmoso fumar e a maioria das propagandas de cigarro sempre foi destinada aos jovens.”