Economia Titulo Combustível
Preço da gasolina cai na refinaria, não na bomba

Mesmo com 12 reduções seguidas, média de preços da região se mantém em R$ 4,44 o litro

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
10/11/2018 | 07:15
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


A Petrobras anunciou redução de 1,32% na gasolina, a partir de hoje, nas refinarias. É a 12ª queda seguida desde o começo de outubro. Porém, muitas vezes o consumidor demora a sentir o desconto nas bombas de combustível. Prova disso é que o valor do litro caiu 16% até a última semana, mas o repassado ao consumidor nos postos de gasolina do Grande ABC manteve a média de preços.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na semana entre 30 de setembro e 6 de outubro, o preço médio era R$ 4,44 o litro. Comparando com a última semana, a média permaneceu em R$ 4,44 (mais informações na arte acima), mesmo que tenha oscilado negativamente em duas cidades (em São Caetano o preço médio caiu de R$ 4,56 para R$ 4,46 e, em Diadema, de R$ 4,43 para R$ 4,34).

Enquanto isso, nas refinarias, o combustível custava R$ 2,21 no início do mês passado e baixou para R$ 1,84 na última semana. A partir de hoje, ele custa R$ 1,67.

De acordo com o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, os valores menores anunciados pela Petrobras estão em linha com a política de preços, que é pautada pelo mercado internacional, sem represar os valores. “Como o preço do barril do petróleo caiu lá fora, tem este reflexo interno”, explicou.

Já em relação ao repasse para as bombas de combustível, o especialista afirmou que a transmissão sobre um valor mais alto costuma ser mais rápida. “O consumidor acaba ficando dentro de um jogo de empurra. O posto põe a culpa no distribuidor, que acaba não reduzindo o preço. Mas, quando o valor sobe, a transmissão é muito mais rápida, já que muitas vezes os donos de postos fazem a recomposição de margem. Quando o preço cai os proprietários são mais relutantes a abrir mão dessa margem. Além disso, o mercado de postos de gasolina tem valores bem parecidos”, disse.

O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo do ABCDMRR), Wagner de Souza, afirmou que, muitas vezes, a distribuidora, de onde os comércios adquirem o combustível, não repassam os descontos integralmente. Porém, segundo ele, quando isso é feito, há uma diminuição de preços nas bombas, tanto que nesta semana, ele afirma que a média do litro da gasolina está em R$ 4,39. “Muitas vezes, quando a distribuidora recebe com aumento, ela repassa. Mas, quando a Petrobras reduz, ela não repassa de forma simultânea, e acaba segurando o preço. Sobre os descontos, a maioria dos postos já repassou, o mercado está competitivo”, disse.

A Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência) afirmou, por nota, que cada litro vendido tem preço composto por cinco parcelas: valor de custo de produção do produto, logística, tributos federais e estadual, margem dos distribuidores e dos revendedores. “A exemplo da gasolina, apenas duas dessas variáveis, custo do produto e tributos, são responsáveis por mais de 80% do preço final, e a margem média dos distribuidores representa menos de 5%, de acordo com informações publicadas pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e ANP. No caso do ICMS, cada Estado tem sua própria alíquota e seu preço de pauta, que é divulgado a cada 15 dias”, informou.
 




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