Rosana Ribeiro, de Santo André, comanda hoje concerto da Bachiana Filarmônica Sesi-SP
Da sala de aula para os palcos da música erudita. Em universo predominantemente masculino, a maestrina e professora de escola regular Rosana Ribeiro, 45 anos, de Santo André, além de comandar seus alunos, terá lugar de destaque à frente da Bachiana Filarmônica Sesi-SP. A apresentação ocorre hoje, às 12h, no palco do renomado Theatro Municipal de São Paulo, na região central da Capital.
O convite para reger Jesus, Alegria dos Homens, do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), veio de um dos nomes mais importantes da música do gênero: o pianista e maestro João Carlos Martins. “Não tem como descrever essa experiência. É felicidade imensa, uma honra que não tem como explicar. Ser convidada a reger por uma pessoa como o maestro, que tem vida marcada pela superação e amor à música, é um presente”, define Rosana.
Sócia-proprietária da Matinatta Orquestra e Coral, de Santo André, ela ficou conhecida por Martins ao integrar o Orquestrando São Paulo, projeto que oferece curso de técnicas e práticas para regentes de grupos musicais pelo Sesi-SP. “Em meados de 2017, recebi ligação do próprio maestro, que conheceu nossa orquestra por meio de vídeos, para fazer parte desse projeto maravilhoso. Lá, tive, e ainda tenho, oportunidade de aprender junto a outras orquestras, nos reciclar e sermos avaliados e orientados por ninguém menos que João Carlos Martins. Foi a partir desse curso que me titulei regente, ao pé da letra”, conta a maestrina. Desde a criação da Matinatta, há 14 anos, ela rege, é instrumentista e arranjadora do grupo. “Sou formada em música, mas não tinha feito curso específico para regente, apesar de já desenvolver esse trabalho.”
Rosana começou a cantar e tocar na igreja e nunca imaginou cenário como o atual para sua vida profissional. “Dou aula para estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental. Sabia tocar violão, flauta e piano e gosto de cantar. Comecei fazendo casamentos de conhecidos e a demanda nos obrigou a nos profissionalizar. Nunca imaginei fazer parte de um projeto tão grandioso como este. Reger (hoje) está sendo uma bela e grata surpresa. Cada músico tem seu instrumento. Para o regente, seu instrumento é a orquestra toda. Isso é mágico”, afirma.
Na apresentação de hoje, Arlei França, da Orquestra de Sopros de Pindoretama, do Ceará, que participa do Orquestrando o Brasil, também subirá ao palco. Foram convidados 17 maestros/maestrinas a reger a Bachiana.
“Convidei a Rosana pelo seu talento. É isso que prezo. Estamos próximos ao Natal e levar a música para todo o País é algo que me interessa”, comenta Martins. “Tenho certeza que Rosana vai orgulhar não só sua cidade, Santo André, mas a todos que representam e defendem a música.”
Serviço: Bachiana Filarmônica Sesi-SP – Concerto. No Theatro Municipal de São Paulo (Praça Ramos de Azevedo). Hoje, às 12h. Ingr.: R$ 20 (www.theatromunicipal.org.br)
Orquestra e coral andreense faz apresentações diversas em eventos
A paixão pelo canto, instrumentos e o mundo da música fez com que a professora Rosana Ribeiro e a dentista Maria Aparecida Tochio, ambas de Santo André, se unissem na criação da Matinatta Orquestra e Coral, em 2004.
Elas se encontravam em atividades na igreja, sendo que uma ensinava violão às crianças e a outra lecionava iniciação musical. “Chamei a Maria para me acompanhar quando era convidada a cantar e tocar em casamentos. Os pedidos cresceram e começamos a investir na aparelhagem e instrumentos”, conta Rosana. “Geralmente as pessoas se juntam para formar banda. Nós formamos uma orquestra”, exemplifica.
Com o entusiasmo da dupla, a empresa cresceu, se tornou marca registrada e, hoje, se apresenta em eventos, principalmente casamentos. “Nossa dedicação à música nos trouxe até aqui. Fomos convidados a participar do projeto de regentes do maestro (João Carlos Martins) e estamos levando nosso nome e (nossa) arte”, diz a maestrina.
Os próximos passos do projeto incluem a criação do Instituto Cultural Matinatta, cujo objetivo é levar para a comunidade da região formação de instrumentos de orquestra para crianças de baixa renda, além de pessoas da terceira idade que querem e nunca puderam aprender a tocar algo. “Tentamos inscrever o projeto na Lei Rouanet, mas, por conta da burocracia, ainda não conseguimos finalizar todos os tópicos”, explica Maria Aparecida. “A música transforma, principalmente as crianças. Aprende-se a ter concentração, disciplina, a respeitar a vez do outro. Nos ensina a explorar e destilar nossas emoções de forma linda, artística, poética”, afirma Rosana.
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