Setecidades Titulo Após uma década
Meta andreense é reabrir as portas do Carlos Gomes em 2020

Cine Teatro, no Centro da cidade, está interditado há dez anos por problemas estruturais

Juliana Stern
especial para o Diário
03/11/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de Santo André pretende reabrir o Cine Teatro Carlos Gomes até 2020. A reinauguração do patrimônio histórico da cidade, interditado pela Defesa Civil há dez anos por problemas estruturais, depende, ainda, da aprovação de projeto de reforma e da captação de recursos para tal. O espaço, localizado no Centro da cidade – Rua Senador Flaquer, 110 –, chegou a ser referência cultural do município, inclusive com público elevado durante as matinês da década de 1960.

Segundo o diretor do departamento de projetos do Condephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), Marco Moretto Neto, ainda não há esboço de reforma aprovado. Por enquanto, o órgão avalia as propostas apresentadas em vista de tornar possível que a reinauguração aconteça dentro do prazo desejado pela administração do prefeito Paulo Serra (PSDB). “Temos que apresentar projeto exequível a partir das referências e obstáculos que temos. Não tem como fazer um teatro com 800 lugares sem estacionamento, por exemplo.” Segundo ele, não há previsão de conclusão do processo nem estimativa de gastos.

A revitalização do espaço segue TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado pela Prefeitura junto ao MP (Ministério Público) em 2013 e revisto recentemente. O documento determina a reabertura do Cine Teatro Carlos Gomes até 2023. “O prazo do prefeito é 2020 e faremos o possível para cumprir”, afirma Moretto Neto.

Desde a interdição, administrações municipais realizaram tentativas e promessas de restauro do local. Em 2013, o então prefeito Aidan Ravin (Pode) chegou a iniciar obras no espaço, paralisadas no mesmo ano pelo MP, já que o projeto não havia sido aprovado pelo Comdephaapasa.

Na gestão do petista Carlos Grana, o compromisso era o de reinaugurar o Cine Teatro em junho de 2016, no entanto, o plano de reforma – inscrito na Lei Rouanet (8.313/91) em 2013 com o objetivo de buscar apoio da iniciativa privada por meio de incentivos fiscais – não avançou. O intuito era captar R$ 9,1 milhões pelo Ministério da Cultura para reestruturação completa do prédio no valor de R$ 15 milhões. O endereço seria transformado em espécie de arena multiuso, com capacidade para 600 lugares.

O patrimônio municipal é também palco de memórias para parte dos andreenses. O inspetor Álvaro Cabrino, 60 anos, por exemplo, costumava matar aula para ir ao local. Ele revela que adorava curtir as músicas instrumentais que tocavam antes dos filmes. “Era cada bolero legal. Amava me entupir de chocolate durante os filmes.”
“Foi o primeiro cinema que pisei. Ali assisti ao meu primeiro filme, Cinderela (da Disney), quando tinha uns 8 ou 9 anos”, lembra a funcionária pública Regina Celi Fedri, 59. 




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