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Pátio improvisado é risco a pedestre em S.Bernardo
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
16/09/2005 | 08:15
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Os moradores e pedestres que utilizam as ruas no entorno das delegacias de São Bernardo têm de fazer malabarismo para não se acidentarem. Isso porque todos os carros que são apreendidos no município, seja pela Polícia Militar ou por órgãos de trânsito do município, não têm para onde ser levados. O único pátio da cidade, que fica no bairro dos Casas, está com as portas fechadas há cinco meses devido à superlotação – são 2 mil veículos que, muitas vezes, ficam empilhados uns sobre os outros.

Assim que o carro é apreendido segue para o distrito policial. Como o pátio está fechado, a quantidade de veículos estacionados próximo às delegacias cresce sem nenhum controle. "Há dois meses consegui mandar 50 veículos para o pátio porque houve um leilão. Isso é muito pouco para uma delegacia que apreende esse número em três dias", diz o delegado-titular do 3º DP de São Bernardo, Frederico Prouse.

Para se ter idéia, em junho deste ano, cerca de 30 veículos estavam parados nos arredores do 2º DP de São Bernardo, no bairro Rudge Ramos, e 50 próximo ao 3º DP da cidade, no bairro Assunção. Quarta-feira, quando a reportagem do Diário percorreu esses dois locais, que são considerados os mais críticos, o número havia dobrado. "A situação só não está pior nas ruas porque temos um estacionamento dentro do distrito, que seria para os funcionários e viaturas da PM", diz Prouse.

A esperança é que dentro de 60 dias os carros que ficam estacionados nas ruas próximas às delegacias tenham um novo destino. Segundo a Prefeitura, está em processo de licitação a construção de um novo pátio para o município. O secretário de Infra-Estrutura de São Bernardo, Gilberto Frigo, por meio de sua assessoria, disse que a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de São Bernardo deverá se comprometer a cuidar do espaço, a fim de que a Prefeitura não tenha de ficar responsável por carros apreendidos pela polícia.

Enquanto a solução não vem, o problema afeta a vida de moradores e comerciantes das ruas próximas às delegacias. A servidora pública aposentada Maria Helena Monteiro, 64 anos, diz que a Kombi que faz o carreto do supermercado precisa dar uma volta maior para chegar à sua casa, porque a manobra na rua Argia (próxima ao 3º DP) é muito perigosa. "Há carros apreendidos dos dois lados da via, o motorista da Kombi fica sem visão", explica. A aposentada diz que diversos carros são depenados durante a noite. "Têm vários veículos cheios de fios para fora, com peças arrancadas". A situação, segundo ela, se agrava quando os carros da polícia – também sem ter onde estacionar de forma disciplinada – param junto aos veículos apreendidos, sobre as calçadas. "Os pedestres são obrigados a passar pela rua".

A dona de casa Maria Teixeira, 56 anos, que mora próximo ao 3º DP, acrescenta que também existe o risco de assaltos. "Essas sucatas viram esconderijo para assaltantes. Muitos ficam escancarados. Dá até medo de andar à noite", diz.

O major José de Farina Quesada, responsável pelo CPA/M-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), não acredita que os carros representem perigo à população. "Sei que para o ladrão não existe lugar, mas eles ficam mais intimidados em agir próximo às delegacias. Tem sempre uma viatura da PM por perto", diz. Apesar disso, o major concorda que os carros apreendidos deveriam ser levados para um local apropriado.

O 2º DP, em Rudge Ramos, é a segunda delegacia mais prejudicada com o amontoado de veículos. A delegacia fica entre a universidade e o colégio Metodista. Os estudantes têm de passar pela rua ou se espremer para desviar dos carros. "Isso já virou parte da história da rua. Não acredito que um dia ficaremos livres desses entulhos", afirma o dentista Eric Zucchelli, 25 anos, que passa todos os dias pela rua Alfeu Tavares.




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