O quarto e último bloco do debate da TV Globo para a eleição estadual em São Paulo também foi o de clima mais quente entre João Doria (PSDB) e Marcio França (PSB). Enquanto o tucano voltou a associar pesadamente o atual governador a partidos de esquerda, o pessebista disse que o tucano faltou com a palavra ao deixar a Prefeitura e que suas propostas não passam de "marketing".
"Petistas sem-vergonha, que usaram os 13 anos no poder para roubar o Brasil, estão do seu lado. Assuma que é esquerda, França", atacou o ex-prefeito. Utilizando matérias que saíram recentemente na imprensa, o tucano ainda acusou o adversário de praticar nepotismo e aparelhar o governo. "Isso é um erro, é partidarizar", comentou após mencionar reportagem da Folha de S. Paulo na qual França teria indicado uma pessoa que nunca deu aulas para presidir a Univesp.
"O João fala, fala, e não fez nada. Tentou vender o Ibirapuera sem autorização, tentou vender o Pacaembu. Você não sabe administrar coisas públicas. Não conseguiu privatizar nada quando foi prefeito", retrucou o pessebista. "Todos os programas que Doria fala, ele teve oportunidade de fazer e não fez."
Como nos outros blocos, o ex-governador Geraldo Alckmin também foi usado pelo pessebista para colocar Doria como traidor e carreirista. "Você havia prometido 43 vezes ficar os quatro anos na prefeitura, mas se elegeu e já quis tomar o lugar do Alckmin como candidato do PSDB à Presidência", relembrou. "O Alckmin ficou tão chateado que brigou com você em público."
Habitação. Em um dos poucos momentos que houve espaço para apresentação de propostas, Doria prometeu expandir o programa "Cheque-moradia" no Estado e França propôs levar moradias para prédios já existentes do centro de São Paulo.
Considerações finais. Em sua despedida dos debates, França, o primeiro a falar, disse que o eleitor sabe "quem fala a verdade" e disse ter certeza de que São Paulo quer mudança. "São 24 anos de PSDB. Dê uma chance para o novo acontecer em São Paulo. Eu não faço oportunismo barato", disse.
Doria, que foi alvo esta semana da divulgação de um vídeo sexual supostamente com sua participação, disse repudiar as agressões e "fake news" contra sua família. Como nos debates anteriores, o tucano voltou a pedir voto para Jair Bolsonaro.
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