Candidatos ao Estado, após rápida trégua, resgatam críticas; Grande ABC entra em pauta
No último debate antes da eleição ao governo do Estado, o candidato do PSDB, o ex-prefeito da Capital João Doria, e o postulante do PSB, o atual governador Márcio França, subiram o tom e trocaram farpas constantemente. Depois de embate focado em programas de governo no SBT, na terça-feira, o tucano e o socialista se alfinetaram em todos os quatro blocos do programa da Rede Globo, ontem à noite.
A estratégia de ambos no segundo turno foi bastante explorada. Doria buscou atrelar ao adversário a imagem do PT, na tentativa de usufruir da alta rejeição do petismo em São Paulo. França reforçou a tese de falta de compromisso do rival, lembrando de sua renúncia da prefeitura da Capital – mesmo após compromisso de que cumpriria o mandato – e do entrevero que se tornou público entre Doria e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Logo no primeiro bloco, França deu sinal de que seria mais agressivo. Lembrou que foi prefeito de São Vicente, reeleito com mais de 90% dos votos válidos e que emplacou seu sucessor Tercio Garcia com cerca de 80% dos votos. “Você teve menos da metade dos votos que teve para prefeito neste primeiro turno”, disparou o socialista. “Colocou ração humana, abandonou a prefeitura, deixou a população chateada”, emendou.
Em um primeiro momento, Doria tentou se esquivar do embate direto. “A população quer ouvir propostas, Márcio”, disse o tucano, que, na hora de detalhar planos ao agronegócio, reviu sua postura, pontuando que o adversário conta com apoios de partidos de esquerda e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. “Meu partido lhe ajudou. Temos apoio do Paulo Skaf (MDB), do Major Olímpio (PSL) e até mesmo do Alberto Goldman, que foi presidente de seu partido (além de governador do Estado)”, retrucou França.
O Grande ABC esteve presente no campo das propostas e também nos ataques políticos. Na primeira etapa, França prometeu construir dois AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) no Grande ABC – um, para Mauá, foi anunciado, mas nunca saiu do discurso. Doria, por sua vez, bancou a construção da Linha 18-Bronze (Djalma Dutra-Tamanduateí), que ligaria o Centro de São Bernardo ao sistema metroviário da Capital, porém, continua no papel. França também assegurou a implementação da Linha 18.
Na outra fase, Doria citou Cícero Firmino, o Martinha (SD), sindicalista de Santo André. “Você nomeou o petista Martinha para a Secretaria de Emprego. Como quer gerar emprego com alguém do PT, partido que gerou 14 milhões de desempregados?”, disparou Doria. “O Martinha não é do PT. E você recebeu recursos do PT. Recebeu patrocínio público, de R$ 500 mil, para sua revista Caviar. Quando interessa o PT é bom? Parece oportunista”, disse França.
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