Pela primeira vez desde a redemocratização, Santo André fica sem deputado eleito. Mesmo diante de universo de cerca de 570 mil eleitores, a cidade colheu resultado amargo às lideranças políticas com reduto local. O município da região já chegou a contabilizar cinco parlamentares – no pleito de 1990, entre federais e estaduais. Forasteiros atraíram o eleitorado em processo atípico, tendo o fenômeno Jair Bolsonaro (PSL) puxado a votação de aliados, que sequer possuem ligação com o Grande ABC. A estadual, Janaína Paschoal (PSL) encabeçou a lista de votação municipal, com 51.455 sufrágios – se elegeu com mais de 2 milhões de votos –, mais do que o dobro do segundo colocado na cidade, o vereador andreense Almir Cicote, que angariou 19.852 adesões das urnas locais. À Câmara Federal, Eduardo Bolsonaro (PSL) liderou o rol ao atingir patamar de 34.678, seguido por Joice Hasselmann (PSL) – 26.162. Na terceira posição vem o ex-vereador Ailton Lima (PSD), com 25.610.
Resgate
Coronel Paulo Barthasar retornou ao cargo de secretário de Segurança Pública de Mauá. Ele havia sido escanteado pelo governo interino de Alaíde Damo (MDB), mas agora foi resgatado ao posto pela proximidade com o prefeito Atila Jacomussi (PSB). Barthasar foi candidato a vice no pleito majoritário de 2016, compondo a chapa de Márcio Chaves (PSD), hoje titular de Saúde de Santo André. Após adesão do pessedista no segundo turno do páreo municipal, ambos entraram no alto escalão desde o começo da administração socialista.
Surpresa
Então secretária adjunta da Pasta de Assuntos Jurídicos de Santo André, Fabiana Bozzella foi nomeada temporariamente ao comando da secretaria, em razão do afastamento por motivos particulares de Caio Costa e Paula. Por coincidência, Fabiana teve outra surpresa no domingo. Seu irmão, Júnior Bozzella – ex-vereador de São Vicente pelo PSDB e candidato derrotado a prefeito em 2016 pelo PSD – elegeu-se deputado federal na onda do crescimento do PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro. O ex-parlamentar obteve 78,7 mil votos, sendo o sexto mais lembrado da chapa, que tem Eduardo Bolsonaro, Joice Hasselmann, Alexandre Frota e Luiz Philippe Bragança.
Pé-frio petista?
Dentro do núcleo petista regional circula a informação de que o ex-secretário da Prefeitura de Santo André Alberto Alves de Souza (PT), que também já atuou no Paço de São Bernardo, ficou conhecido como pé-frio das campanhas do PT, incluindo majoritárias e proporcionais. Articulado, o militante sempre é destacado aos postos de coordenação das empreitadas eleitorais do partido, mas tem colecionado reveses nos últimos pleitos, nos quais a legenda perdeu força. As duas derrotas derradeiras aconteceram diante do projeto de reeleição de Carlos Grana (PT) ao Paço andreense e também no plano do deputado estadual Luiz Turco (PT) de renovar mandato à Assembleia Legislativa.
Pagamento de cabos
Denúncias de falta de pagamento de cabos eleitorais na reta final de campanha eleitoral tem marcado os últimos dias. As acusações aparecem de todos os lados. Algumas cobranças, segundo alguns interlocutores, tendem a ocorrer nas sessões das Câmaras do Grande ABC para expor as lideranças que deram o suposto calote. Agora é aguardar os próximos capítulos.
Verde e amarelo
Para dar início aos acenos a outras vertentes, o PT já tem aderido a propostas de ex-adversários no pleito e agora remodelou a identificação visual da campanha: tirou a coloração vermelha, marca do partido, para utilizar verde e amarelo no nome do presidenciável Fernando Haddad, além de diminuir as inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos materiais para o segundo turno, bem como o número 13 da sigla.
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