Os deputados eleitos domingo para representar o Grande ABC na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa repetiram ontem o mantra de todos que, nos últimos anos, receberam nas urnas o voto de confiança de boa parte da população da região: esquecer cores partidárias e juntar forças em torno de demandas importantes para os cerca de 2,7 milhões de moradores das sete cidades.

Como prega velho ditado popular, a esperança é a última que morre. Mas, a se julgar pelo comportamento passado e mesmo do presente, dificilmente a tal união sairá do discurso para a prática. Até porque, 2020 está logo aí e todos os envolvidos provavelmente colocarão projetos pessoais ou de sua agremiação à frente. Infelizmente, é assim que tem sido.

Não deveria ser, mas é. Afinal, faz parte da sobrevivência política evitar fortalecer um ou outro que lá na frente poderá ser adversário. Mas para o conjunto da população é de extrema necessidade que os eleitos tenham a sensibilidade e a responsabilidade de buscar a união para fortalecer a capacidade de luta por melhorias para o Grande ABC.

Ainda mais quando se sabe que projetos essenciais para a região seguem engavetados tanto no âmbito estadual quanto federal, como a construção da Linha 18-Bronze do Metrô, praticamente esquecido desde 2014, sob o argumento de que faltam recursos.

Talvez o que falta mesmo é os representantes do Grande ABC colocarem na mesa a força e o peso de uma região com mais de 2 milhões de eleitores e considerada umas das locomotivas econômicas do País, berço da indústria automotiva, quarta maior produtora de riquezas (PIB) e quarto maior mercado consumidor do Brasil. Aliás, chamada de ‘a melhor esquina do Brasil’ pelo ex-governador Geraldo Alckmin, justamente porque se trata de um dos principais polos industriais da Nação. Infelizmente, os governantes pouco se lembram disso na hora de repartir o bolo.

Assim, o que a população do Grande ABC espera de seus eleitos é que de fato deixem de lado as cores partidárias e se unam para defender os interesses da região.