Política Titulo Reta final
Bolsonaro vira alvo em penúltimo debate

Candidatos à Presidência aproveitam ausência do político na Rede Record para atacá-lo

Por Miriam Gimenes
01/10/2018 | 07:00
Compartilhar notícia


 No penúltimo debate presidencial antes das eleições, ontem à noite, na Rede Record – o último será na quinta-feira, na Globo –, os oito pleiteantes ao cargo aproveitaram a ausência do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que recebeu alta no sábado, mas não compareceu ao embate, para atacá-lo. Líder nas intenções de voto segundo as últimas pesquisas divulgadas, ele foi criticado por suas declarações polêmicas e apontado como um dos principais responsáveis pela polarização política notada às vésperas do pleito. O primeiro turno será no domingo.

O primeiro a lembrar o nome do candidato do PSL foi Henrique Meirelles (MDB), que perguntou a Ciro (PDT) o que deveria ser feito pelos candidatos para que o País não ‘caísse na mão do radicalismo’ defendido pelo político. Ciro, por sua vez, aproveitou a oportunidade para felicitar a alta de Bolsonaro, mas lembrou que, mesmo de sonda por conta de problema na próstata, não deixou de participar da conversa com os demais candidatos na semana passada no SBT.

Ele completou que Bolsonaro incentiva o racha entre o eleitorado. “A política brasileira está chafurdando no ódio. Nós temos de dialogar com forças diferentes, superar o ódio e a violência que Bolsonaro interpreta. O ódio não cria empregos, a vingança só cria destruição. Precisamos ter uma política de entendimento, alguém que seja capaz de conversar com todos os segmentos da sociedade.”

Ciro aproveitou para perguntar para Marina Silva (Rede) sobre a declaração que Bolsonaro deu semana passada na Band de que não consideraria o resultado das eleições caso perdesse. “O Bolsonaro desrespeita as mulheres, índios, negros e a população brasileira. Com essa frase também desrespeita a Constituição, o jogo democrático.” E completou: “Ele fala muito grosso, mas tem momentos em que ele amarela. Essas são palavras de quem já está com medo da derrota que o povo brasileiro dará pelas atitudes autoritárias. Ele está sendo desconstruído pelos próprios atos.”

Os candidatos concordaram sobre o difícil momento político do País. “Nós estamos vendo a marcha da insensatez nesta campanha eleitoral (...) É espécie de ignorante político aquele que admite se assustar com dois fantasmas: o da extrema esquerda e o do extrema direita. E tentam fazer a população escolher sicrano ou beltrano para derrotar aquele candidato (Bolsonaro). Não se vota no melhor”, reclamou Álvaro Dias (Podemos).

Tanto Geraldo Alckmin (PSDB) quanto Guilherme Boulos (Psol) – este que usou o bordão da manifestação contra o candidato do PSL ‘#elenão’ – aproveitaram a oportunidade para parabenizar a marcha realizada sábado em diversos Estados contra Jair Bolsonaro. “Metade da população brasileira não quer nem um nem outro (se referindo também ao candidato do PT, Fernando Haddad). Vamos trabalhar para unir o Brasil, esses radicalismos de esquerda e direita podem prejudicar o País”, disse o tucano. Já Boulos afirmou acreditar que o movimento de sábado “foi o início da derrota de Jair Bolsonaro”.

Haddad, também alvo dos adversários, não se posicionou sobre o candidato. Cabo Daciolo (Patriota), por sua vez, disse apenas não compactuar com as ideias de Bolsonaro, cuja assessoria informou que ele não participou do debate porque está seguindo recomendações médicas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;