Política Titulo Santo André
Dois meses depois de ação que atingiu Paranapanema, quase nada avançou

MPF segue sem propor processo e firma segura resultado de apuração interna

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/09/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Passados dois meses da décima fase da Operação Zelotes, que atingiu o Grupo Paranapanema, de Santo André, poucas ações sobre o caso avançaram. A Justiça Federal do Distrito Federal, que autorizou a execução daquela fase, segue sem receber denúncia formal do MPF (Ministério Público Federal), bem como a própria empresa não tornou público a acionários resultado de apuração interna sobre o episódio.

Luiz Antônio de Souza Queiroz Ferraz Junior, presidente do grupo até o fim de 2012, e Arnaldo Colonna, advogado e diretor jurídico da empresa, foram alvos da décima fase da Zelotes, suspeitos de pagar escritório de advocacia para que multas milionárias do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) fossem anuladas. A MPF aponta que esses ex-executivos da Paranapanema desembolsaram R$ 8 milhões em propina para a Kaduna Consultoria, do economista Roberto Gianetti da Fonseca. Em troca, se viu livre de penalidade de R$ 650 milhões.

O Diário confirmou, junto ao sistema do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, que nenhuma ação foi proposta à Justiça. Também não constam informações, no site mantido pela Paranapanema aos acionistas da empresa, sobre a Operação Zelotes. O último comunicado foi em 26 de julho – data da ação policial –, quando a atual direção declarava que nenhum integrante da companhia havia sido alvo e sugeria que os antigos gestores tinham de ser investigados. “A companhia, seguindo seus procedimentos internos de compliance, tomará as medidas cabíveis”, anunciara a Paranapanema, à ocasião.

A morosidade da investigação chama atenção até porque, no mês passado, vazaram trechos de conversas entre conselheiros do Carf a respeito dos processos da Paranapanema – diálogos esses obtidos por meio da quebra de sigilos telefônico e de dados dos investigados.

Os jornais O Globo e Folha de S.Paulo mostraram que integrantes do órgão federal acertaram, antes da reunião, de que maneira iriam livrar a Paranapanema da multa milionária. A sessão na qual a empresa siderúrgica de Santo André foi inocentada da penalidade anteriormente aplicada aconteceu em julho de 2014.

Outras três ações envolvendo a Paranapanema ainda estão pendentes de julgamento no Carf. Os recursos foram protocolados em 2011 e continuam sem análise. 




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