Palavra do Leitor Titulo Palavra do leitor
Intolerância e democracia não combinam
Por Do Diário do Grande ABC
22/09/2018 | 10:17
Compartilhar notícia


As redes sociais, aparentemente, facilitaram a expressão de pensamentos e sentimentos. Ao abrir a página do Facebook nos deparamos com ‘como você está se sentindo hoje?’ ou ‘no que você está pensando?’. Essa liberdade nos dá a sensação de que precisamos comentar e reagir sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, e invariavelmente nos leva a acreditar que precisamos sempre, a todo momento, nos expor. Parafraseando o filósofo francês Descartes, que vaticinou em sua obra Discurso do Método: “Penso, logo existo”, ou “penso, logo sou”, nos dias atuais, com o advento das redes sociais, caberia muito bem como lema: ‘Penso, logo posto’.

O grande problema que tem reinado neste cenário é a intolerância e o ódio pela opinião contrária, principalmente quando o assunto é política. Isso resume-se na incapacidade de gerar argumentos para defender o próprio ponto de vista e de aceitar a visão de mundo dos outros. Há inúmeros casos de pessoas que foram agredidas verbalmente pela cor da roupa, e até mesmo fisicamente pelo simples fato de postarem suas ideias.

O radicalismo tem sido a mola propulsora de inúmeros conflitos de proporções e consequências incalculáveis, praticamente em todos os segmentos da vida em sociedade: do religioso ao político. A intolerância em geral tem afetado o Estado Democrático de Direito, e não apenas no Brasil. É correto defender posicionamento político, faz parte da democracia, mas o respeito às opiniões deve prevalecer, mesmo as contrárias. É necessário opinar de forma racional, com prudência e responsabilidade, pois quando buscamos expressar ideias baseadas em sentimentos, nos deparamos com o ódio e a irracionalidade, dificultando qualquer diálogo saudável entre as partes. Sociedade intolerante não consegue ser democrática, porque vê na força a solução para os conflitos.

Essa discussão não é nova. Em 1945 o filósofo Karl Popper, austríaco de nascimento e britânico por vontade própria, definiu o paradoxo da intolerância, que destaca que a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância, o que significa dizer que é necessário defender sociedade tolerante contra as investidas dos intolerantes. A leniência com o assunto é baluarte ou viga mestra do surgimento de governos totalitários desconectados dos anseios e necessidades da população.

Importante também destacar, conforme o livro Como as Democracias Morrem, que a saúde da democracia vai muito além das leis e da Constituição (regras oficiais). São necessárias também normas informais; a tolerância mútua, nesse caso, entender que o adversário é legitimo e não deve ser aniquilado.

Portanto, não há Estado de Direito se houver intolerância.

Luis Ricardo Vasques Davanzo é advogado e presidente da OAB-São Bernardo. 

Palavra do leitor

Complicou mais 

 Necessário ser avaliado o tal corredor para os ônibus em São Bernardo. Implantado sem o mínimo de sensibilidade, tem tornado o trânsito na cidade verdadeiro caos, basta observar as avenidas João Firmino, Frei Gaspar, Joaquim Nabuco e futuramente a Vergueiro. O trânsito complicou sensivelmente, causando grande problema aos motoristas. Necessária reavaliação do implantado. Não podemos conviver com isso. O prefeito precisa ser sensível ao problema causado.

Luizinho Fernandes

 São Bernardo

Proposta 

 Ainda não decidi meu voto, mas lamento o enfoque dado confundindo a proposta de Paulo Guedes com nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que fora acrescida à carga tributária já extorsiva a seu tempo. A proposta de imposto único em substituição à parafernália hoje vigente, creio, poderia vir a ser o melhor e mais eficiente remédio para reduzir o custo Brasil, tornar competitivos nossos produtos e gerar mais empregos. Modernização que, mais dia, menos dia, será inevitável. A tecnologia já o permite. E Marcos Cintra, quando o propôs, defendia que em meros 3% de incidência produziria o triplo da arrecadação. Só precisamos acabar com as isenções que dão vida aos fornecedores (ONGs, igrejas etc) de recibos de qualquer valor e branqueiam muitas fortunas.

Nevino Antonio Rocco

 São Bernardo

Declaração 

 Se havia dúvidas quanto a votar em Bolsonaro, Gilmar Mendes deve ter incentivado milhares de eleitores que estavam em dúvida ou tinham restrições ao candidato. Com o nível de rejeição que Gilmar Mendes tem entre os brasileiros, a declaração de que ‘caso Bolsonaro seja eleito, saio do STF’ não há melhor apoio. Melhor que isso só se Lewandowsky tomasse a mesma atitude.

Claudio Juchem

 Capital

Mais um 

 Agora o surgimento do Podemos, antigo PTN, com ideias de cunho social. O partido tenta ganhar espaço na política dos ‘capitães’. Fundado em 1995, apresenta série de propostas de natureza trabalhista. Passou a usar esse novo nome em 2016. Acrescenta em seu discurso a chamada ‘onda de reformismo’, com base no quadro real: desemprego, fome, violência, quebra do SUS (Sistema Único de Saúde), deficit na Educação, reajuste no salário mínimo, dentre outros. Abre vistas para a mudança plena, onde ricos e pobres saem ganhando, sem diferença de classe, desde que respeitado o regime da partilha. O cenário político brasileiro cada vez mais colorido!

Thiago Valeriano Braga

 Capital

Memórias 

 Em resposta à reportagem ‘São Bernardo está perdendo esta pintura’, publicada na coluna Memória, do jornalista e memorialista Ademir Medici (Setecidades, dia 18), a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Cultura e Juventude, esclarece que a Pasta teve ciência de que a agência do Banco Santander, em frente à Praça da Matriz, havia iniciado obras em seu espaço, tendo retirado, inclusive, o painel Memórias de uma Cidade, tombado pelo Compahc. A Prefeitura informa que já foi estabelecido contato com a agência, antes mesmo da publicação da reportagem na coluna, e já havia iniciado as tratativas para que o painel retorne ao seu local de origem.

Prefeitura de São Bernardo

Nota do colunista – Torcemos para que o painel retorne a São Bernardo, de onde jamais deveria ter sido retirado. E que a Secretaria de Cultura e Juventude investigue o estado de conservação dos quadros que formam o painel. São volumosos. Caso não tenham sido adotadas as providências de praxe para o acondicionamento e transporte, há sérios riscos de deterioração, o que seria uma lástima. A Pinacoteca Municipal, que faz parte da secretaria, possui corpo técnico gabaritado que poderia acompanhar as tratativas. Também o Compahc-SBC (Conselho Municipal do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural de São Bernardo) deveria ser acionado mas, ao que consta, o mesmo não está constituído. Do mesmo modo, a Seção do Patrimônio da Secretaria de Cultura e Juventude tem no seu corpo funcionários competentes que, igualmente, podem e devem ser acionados. De nossa parte, vamos acompanhar.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;