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Familiares de vítimas aplaudem condenação de militares
Da AFP
14/03/2007 | 15:51
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Familiares de vítimas da ditadura argentina aplaudiram e choraram em Buenos Aires ao ouvirem nesta quarta-feira, numa sala do ministério da Educação, a sentença de um tribunal de Roma. Cinco militares argentinos foram condenados à prisão perpétua.

"Isto reafirma o compromisso do 'Nunca Mais ao Terrorismo de Estado'", disse o dirigente peronista Juan Carlos Dante Gullo, filho de Angela María Aieta de Gullo, um dos três cidadãos ítalo-argentinos desaparecidos.

Gullo, que era líder da Juventude Peronista e estava preso quando sua mãe foi seqüestrada, acrescentou que "a sentença é importante por apoiar nossa demanda de verdade e justiça na Argentina, onde estão sendo julgados" os acusados de crimes de lesa humanidade.

Vera Vigevani, integrante das Mães da Praça de Maio, disse que "isto é uma grande emoção e um avanço na demanda por reparação histórica". Por sua vez, Lita Volcano, parente de um dos desaparecidos, lembrou "a luta para iniciar esses julgamentos na Itália".

"Obrigada, Itália! Agora é preciso julgá-los na Argentina", insistiu Volcano, sobre a sentença de Roma.

Na sala do Ministério da Educação, na Argentina, a sentença da justiça italiana foi lida pelo ministro da Educação, Daniel Filmus, junto com o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Luis Duhalde.

Visivelmente emocionados, escutaram a sentença os netos de Angela María Aieta de Gullo, Juan Pablo, de 28 anos, María Laura, 35, Carlos Nicolás, 31, Natacha, 34 e Georgina, 31.

A II Corte do Tribunal Penal de Roma condenou nesta quarta-feira à prisão perpétua cinco militares argentinos acusados do desaparecimento e morte de três ítalo-argentinos durante a ditadura militar argentina (1976-1983).

Os condenados são o ex-capitão Alfredo Astiz, conhecido como o "Anjo Loiro da Morte", os capitães de navio Jorge Eduardo Acosta e Raúl Vildoza, assim como o contra-almirante Antonio Vañek e o prefeito naval Héctor Antonio Febres.

Os oficiais argentinos foram condenados pelo homicídio premeditado de Angela María Aieta, seqüestrada no dia 5 de agosto de 1976, assim como de Giovanni Pegoraro e sua filha, Susana, ambos seqüestrados no dia 18 de junho de 1977.




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