Economia Titulo Selic
Taxa de juros é mantida em 6,5% ao ano

Copom decide pelo mesmo percentual pela quarta vez consecutiva, o menor desde 1986

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
20/09/2018 | 07:30
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O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), decidiu manter a Selic – taxa básica de juros – em 6,5% pela quarta vez seguida, permanecendo no menor patamar desde 1986. A divulgação foi alinhada com a expectativa do mercado de que este percentual seja mantido até o fim do ano sem reajustes, uma vez que a inflação está sob controle.

De acordo com o professor da Faculdade Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) George Sales, não há motivos para alteração, principalmente por conta do baixo desempenho da economia do País. “A meta da inflação é 4,5%. Hoje, estamos a 4,19%, ou seja, praticamente no centro da meta e com o índice controlado. A expectativa é a de que a inflação volte a subir somente no próximo ano”, assinala. “Todo o mercado está em compasso de espera para as eleições e somente depois do período eleitoral teremos a retomada da economia, o que pode afetar a inflação e a Selic”, afirmou Sales, pontuando que a próxima divulgação dos juros será antes do segundo turno que, caso se confirme, conforme apontam pesquisas de intenção de votos, acontecerá em 28 de outubro.

“A demanda ainda está muito tímida, principalmente para o consumo. Um dos motivos para qualquer reajuste na Selic seria a alta do dólar, que desde abril subiu 25%. Mas, no momento, em que não se sabe se isso é temporário, por conta das eleições, o BC fez bem em não alterar”, disse o professor dos MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas) Mauro Rochilin, ao lembrar que os juros sobem se os preços e, consequentemente, a inflação aumentarem.

O Copom divulgou nota após reunião realizada ontem citando que a conjuntura econômica ainda necessita de política monetária estimulativa, ou seja, taxas de juros abaixo da estrutural, mas sinalizou que há possibilidade de mudança. “Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora.”

Mesmo com a menor taxa desde 1986, e conservando patamar desde 21 de março o consumidor não sente a redução no bolso. Isso porque a Selic demora a refletir nos juros cobrados por empréstimos consignados e demais linhas de crédito, que tinham média de 7% ao mês em agosto, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
 




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