Vice-líder do governo Michel Temer na Câmara, o deputado Beto Mansur (MDB-SP) adianta a possibilidade de a reforma da Previdência ser aprovada ainda neste ano. O tema é polêmico e inflama fortes discussões, principalmente pautadas pelo que oposição e sindicalistas classificaram como perda de direitos dos trabalhadores. Enquanto que a situação define como a única possibilidade de evitar a quebra do País.

Pois bem, independentemente de quem esteja com a razão, dois fatos impediram que a reforma fosse adiante no último ano. O primeiro foi o vazamento das gravações de conversas entre Temer e o empresário Joesley Batista. O segundo, a proximidade com as eleições. E como a maioria dos parlamentares estava interessada em se reeleger, tema tão espinhoso poderia custar votos preciosos.

As duas situações mostram o quão importante será a decisão a ser tomada quando o eleitor/cidadão estiver de frente com a urna eletrônica no dia 7 de outubro. É primordial que sejam eleitos candidatos comprometidos com os anseios do País e não apenas com seus próprios interesses, como ocorreu nos dois episódios envolvendo a reforma da Previdência, nos quais o instinto de sobrevivência se impôs ao coletivo.

Nas palavras de Mansur, com a passagem da eleição o clima político estará mais propício, pois quem se reelegeu, garantiu lugar para os próximos quatro anos. E aqueles que saíram derrotados das urnas, não terão nada a perder em termos de pretensões eleitorais imediatas.

A reforma da Previdência é tema importante, que tem de ser debatido entre sociedade e governo. Antes dela, porém, é necessário que se faça uma reforma de caráter. Para que a classe política tenha consciência que seu papel é o de representar aqueles que os elegeram e não dar de ombros e legislar em causa própria, colocando como prioridade a manutenção de todos os benefícios que os cargos, pagos com dinheiro de impostos, lhe proporcionam.