Vice-líder de Temer, deputado afirma que processo eleitoral trará outra configuração à Câmara
Vice-líder do governo do presidente Michel Temer (MDB), o deputado federal Beto Mansur (MDB) afirmou que há chances reais de a reforma da Previdência ser colocada para votação até o fim do ano, no apagar das luzes do governo.
Em entrevista ao Diário, Mansur, que é ex-prefeito de Santos e busca reeleição na Câmara Federal, aponta que o cenário eleitoral deve criar outra condição no Legislativo, fator que propicia a retomada da discussão sobre alterações na regra previdenciária nacional.
“Acredito que a reforma da Previdência tem grandes chances de voltar à pauta até o fim do ano. Do jeito que está (a Previdência), nem o próximo presidente poderá governar direito. Acho até que a versão um pouco mais profunda será apreciada na Câmara”, disse.
A reforma da Previdência entrou na pauta do governo Temer em 2017. Criou forte resistência, em especial por adotar idade mínima de aposentadoria e alterar pontos como o benefício ao trabalhador rural. O debate público foi colocado, porém ficou prejudicado quando vazou gravação de Temer com o empresário Joesley Batista, no Palácio do Jaburu, que sugeria pagamento de propina para silenciar políticos e delatores da <Lava Jato. Projeto mais simplificado de mudanças foi levado adiante, porém, com a pauta eleitoral, foi deixado de lado.
“Realmente nos faltaram apenas 70 votos (para aprovar na Câmara). Acho que seria tranquilo conseguir esses deputados, já que muitos disseram que iriam acompanhar o governo nesta votação, mas não o fizeram por causa da eleição”, avaliou Mansur. Na ótica do deputado, a Casa terá parlamentares reeleitos, não eleitos e os futuros deputados ainda sem mandato, além de um novo presidente, cenário que reascende a discussão. “Até mesmo o próximo presidente pode pedir (a reforma) neste ano”, declarou, sugerindo que o futuro chefe da Nação não ficaria com o ônus de alteração tão drástica nas regras previdenciárias vigentes.
Mansur está tão otimista com relação à retomada do debate sobre a reforma da Previdência que avaliou a possibilidade de se rever a aposentadoria rural. “Devemos olhar com atenção. Na reforma mais branda, a questão rural ficou de fora, mas acho que devemos colocar em debate, já que é onde acontece muitos desvios e irregularidades.”
CENÁRIOS - Mansur arriscou palpites sobre as eleições deste ano. Para o deputado federal, Jair Bolsonaro (PSL) é o único candidato que já está no segundo turno do pleito, embora, para ele, o cenário esteja totalmente imprevisível. Ele analisou, por exemplo, que parte da direita votaria em Bolsonaro na etapa final do pleito “tapando o nariz”, mas previu que fatia do eleitorado de Geraldo Alckmin (PSDB) deve migrar para Fernando Haddad (PT) se o petista alcançar o segundo turno.
Sobre o presidenciável de seu partido, o ex-ministro Henrique Meirelles, Mansur sintetizou. “Não colou. A população não assimilou a imagem dele.”
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