Máxima histórica era de R$ 4,1705, alcançada em 21 de janeiro de 2016
No fechamento de ontem, o dólar atingiu a maior cotação desde o início do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana encerrou o pregão valendo R$ 4,1998, alta de 1,21%. Anteriormente, a máxima histórica tinha sido alcançada em 21 de janeiro de 2016, aos R$ 4,1705. A indefinição do cenário eleitoral é citada como o principal fator de pressão ao câmbio.
Na máxima do dia, a cotação chegou a registrar pico de R$ 4,2046. No acumulado do mês, o dólar apresenta valorização de 3,03% em relação ao real. O BC (Banco Central) segue com a política tradicional de swaps cambiais (venda de dólares no mercado futuro), sem efetuar na semana nenhum leilão extraordinário, como fez há cerca de 15 dias para conter a valorização da moeda norte-americana. Em 2016, a disparada da divisa havia refletido decisão inesperada do BC de manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, quando todo o mercado esperava alta de 0,25 ponto percentual – hoje, a Selic está em 6,5% ao ano.
Segundo o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, é importante destacar que este é o maior valor nominal do dólar, mas não o real, que considera a inflação do Brasil e dos Estados Unidos para compor o índice. “Se pegarmos o dólar a R$ 4 em 2002, quando o Lula (PT) assumiu, hoje estaria num patamar superior a R$ 5 em termos reais. Nominalmente, nunca mais voltamos a alcançar um patamar deste.”
A maior motivação interna para a variação da moeda é a atual indefinição do cenário eleitoral, que historicamente costuma vir acompanhado da alta do dólar. A previsão de especialistas é a de que o valor deva começar a ser controlado somente após o término das eleições presidenciais. “Está ligado às questões do processo especulativo e das pesquisas eleitorais (a próxima deve ser divulgada hoje) que fazem o mercado se antecipar e aguardar a movimentação. Também tem o ponto de vista externo, que acaba influenciando, mas os processos eleitorais, principalmente os indefinidos, acabam impactando na volatilidade da moeda”, explicou.
O dólar turismo também registrou alta de 1,09%, alcançando patamar de R$ 4,3470 para venda. Já o índice B3, da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), terminou o dia em baixa de 0,58%, aos 74.686 pontos. (com agências)
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