Política Titulo Editorial
Caos além fronteiras
Do Diário do Grande ABC
30/08/2018 | 11:38
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A decisão da Prefeitura de Mauá de não renovar o contrato com a Fundação do ABC, responsável desde 2015 pela gestão da rede pública de Saúde na cidade, ameaça colocar em risco o sistema em toda a região, sobretudo se confirmar o calote de dívida que está na casa dos R$ 150 milhões, segundo o presidente da instituição, Luiz Mario Pereira de Souza Gomes. O alerta de que a parcela da população do Grande ABC que depende do serviço público – a maioria, no caso – vai sentir na pele os efeitos de uma medida tomada aparentemente sem avaliar sua dimensão para além das fronteiras de Mauá é do próprio mandatário da FUABC, que também atua em outros municípios.

Sabedor do tamanho da encrenca que se avizinha e que coloca em xeque a atuação futura da instituição que dirige no que diz respeito à gestão da Saúde em diversas cidades, Luiz Mario é enfático nas críticas ao governo interino de Alaíde Damo, a ponto de afirmar que “ludibriar a Fundação é ludibriar a população”, na medida em que o município avisa que não pretende renovar o contrato, mas não dá o menor sinal de como fica a questão da dívida milionária. Aliás, o rombo pode cair no colo de prefeitos de outros municípios, especialmente de Santo André, São Bernardo e São Caetano, mantenedoras da FUABC. 

Não é segredo para ninguém a penúria por que passa a Prefeitura de Mauá, às voltas com crise financeira sem precedentes, mas nada justifica sair da mesa de negociação e colocar a rede de Saúde da cidade à beira do colapso já a partir de sábado, quando os 1.650 funcionários hoje sob gestão da FUABC deverão estar fora de unidades que já não oferecem o atendimento que a população merece, pois medidas de contenção de gastos limitam o trabalho. Se medida como essa é contestável sob qualquer ponto de vista, deixar no ar a possibilidade de dar calote milionário, que poderá impactar na vida de milhares de pessoas, beira a irresponsabilidade.




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