O vereador Ivan Gomes, o Batoré (PP), deu ontem mais uma mostra de insatisfação com o governo de Mauá e o PT. Para ele, o partido que comanda a cidade tem trabalhado para enfraquecer legendas aliadas, através de aliciamento de partidários, em tentativa de "forçar uma soberania local".
"Quando iniciamos articulações para formação de grupos, aparece o PT com proposta mais suculenta. É sistemático com o PP e outros partidos aliados, em tentativa de nos enfraquecer para se fortalecer", critica o político/humorista, que avisa. "De bobo eu só tenho a cara e o jeito de andar."
"Proposta mais suculenta", segundo Batoré, significa garantia de legenda para disputar a eleição municipal do ano que vem, além de "outras coisas", as quais deixou no ar. A declaração foi concedida um dia após o anúncio do desligamento do presidente municipal do PP, Antonio Carlos de Lima, do comando da Secretaria de Administração - ele foi substituído por Ana de Souza Freitas, também do PP.
Mesmo com a exoneração tendo sido um pedido do próprio Antonio Carlos, que se dedicará a projetos empresariais, o vereador aproveita para alfinetar a composição petista em Mauá. "Poucos dentro do PT têm 20% da capacidade do Antonio Carlos. Mantê-lo no RH da Prefeitura era o mesmo que dar um tiro de canhão para matar pardal", compara.
O principal desgosto de Batoré é a falta de espaço do PP no governo. "Quero secretaria que execute, não uma que nada agrega". O progressista ameaça, inclusive, não apoiar a tentativa de reeleição do prefeito, Oswaldo Dias (PT), em 2012. A aliança foi firmada no segundo turno da eleição de 2008, após o vereador ter apoiado Diniz Lopes (PR, à época no PSDB). "Não declarei amor eterno ao governo. Filho quando percebe que o pai está judiando, sai de casa."
O posicionamento ressentido do parlamentar foi recebido com estranheza pelo presidente municipal do PT, Leandro Dias. "Todo mundo tem direito de estar em dia ruim. Aí acaba falando besteira."
O dirigente ressalta que a posição histórica do PT em Mauá "de certa forma" mostra a soberania do partido. "Nossos governos são referência ante os demais, temos a maior bancada na Câmara e ganhamos tudo nos últimos 15 anos. Mas de forma alguma há aliciamento sobre aliados."
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