Integrantes de conselhos de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio questionam intervenções programadas pela Prefeitura de Diadema
Representantes do Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Diadema), do Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema) e da Prefeitura de Diadema realizaram, na manhã ontem, vistoria na Praça Castelo Branco, no Centro, com o objetivo de dirimir as dúvidas sobre a reforma que a administração planeja fazer no local. A atividade teve momentos de tensão e discussão e expôs o descontentamento em relação às intervenções previstas. O grupo de conselheiros alega que não foi consultado sobre a obra. A Prefeitura nega a falta de diálogo.
O principal ponto de discórdia é a remoção de árvores cujos galhos encostam na rede elétrica e causam, em dias de chuva, queda de energia nos comércios localizados no entorno da praça. Segundo técnicos da Prefeitura, seriam retiradas seis espécimes, em área onde está prevista a construção de bolsão de estacionamento. “Nosso entendimento é o de que não deve ser removida nenhuma árvore, nem que seja para replantar em outro local”, afirmou o representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC) no Condema, Claudio Milz, 48 anos.
Já a representante da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema) no Condema, Vanda Pereira, 45, entende que a retirada das árvores poderia ser compensada. “A gente não pode ser radical e pensar com o coração, precisamos nos ater às questões técnicas”, opinou.
Milz sugeriu que os fios fossem enterrados, mas a ideia foi descartada pelo secretário de Serviços e Obras, José Marcelo Marques, devido ao custo.
Outro ponto de divergência é o piso. A praça, inaugurada em 1965 pelo ex-prefeito Lauro Michels, tio-avô do atual prefeito Lauro Michels (PV), passou por reforma em 1989 (na gestão de José Augusto da Silva Ramos, então no PT) e recebeu mosaico português, uma das marcas do espaço. No entanto, a administração alega que o solo é de difícil manutenção e, por isso, pretende trocá-lo por um piso liso. O Condepad contesta a intervenção. “Queremos um projeto que detalhe o que será revitalizado”, afirmou o conselheiro João Paulo de Oliveira, 65.
A praça também demandará revitalização do sistema de drenagem. “A Sabesp vai fazer a parte do esgoto e a gente vai trocar as tubulações antigas”, afirmou o secretário. A intervenção custará R$ 2 milhões.
A administração prevê ainda a reordenação do mobiliário da praça (bancas de jornais e barracas do projeto de Economia Solidária) e a transferência de sete palmeiras, que serão replantadas na própria praça, para o acesso dos veículos às vagas de estacionamento. “Estamos construindo o projeto em conjunto com o Condema, com o Condepad, com a sociedade”, destacou a secretária de Meio Ambiente e presidente do Condema, Tatiana Capel.
Ao fim da vistoria, ficou acertado que os representantes da sociedade civil vão produzir relatórios sobre a visita e que, posteriormente, será marcada reunião entre as partes, ainda sem data definida.
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